Um grupo de cientistas de Cingapura conseguiu desenvolver bioplástico e outros biomateriais a partir de organismos marítimos – como lula, mexilhão e caracol –, com uma resistência similar ou superior à dos derivados de petróleo, informou a imprensa local. Os resultados foram publicados esta semana na revista “Nature Biotechnology”.
A equipe da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU) e a Agência para Ciência, Tecnologia e Pesquisa (AxSTAR) de Cingapura afirmou que os novos materiais podem ser uma alternativa mais ecológica aos produtos criados a partir do petróleo.
A pesquisa inclui a criação de um material flexível (muito parecido com o plástico) a partir dos tentáculos da lula, uma cola derivada dos mexilhões e um material elástico a partir dos ovos do caracol marinho. Foi possível reproduzir artificialmente a proteína dos anéis de sucção da lula, com grande rigidez e resistência, após sua composição molecular ter sido identificada.
Esses biomateriais poderão ser usados como embalagens, colas e até implantes orgânicos em seres humanos, destacaram os autores.
“O estudo acelera o entendimento do projeto com a natureza e está dirigido a encontrar novos materiais para o futuro, principalmente aqueles que sejam mais sustentáveis que os plásticos atuais”, indicaram os cientistas em comunicado.
Segundo professor Ali Miserez, que dirigiu o estudo na NTU com os colegas Paul Guerette e Shawn Hoon, o trabalho tem um grande potencial para a indústria e para os pesquisadores.
“A natureza tem muitos segredos que temos ainda que descobrir. O potencial de encontrar novos biomateriais em um tempo curto é imenso”, declarou Miserez.
(Fonte: G1)