Rafael Garcia escreve para a "Folha de SP":
Ontem, pela segunda vez em menos de um ano, astrônomos anunciaram a descoberta do "primeiro" planeta rochoso fora do Sistema Solar. Por enquanto, afirmam alguns dos cientistas envolvidos no trabalho, é o único corpo celeste com "evidência sólida" para se qualificar como um exoplaneta com solo firme, similar à Terra.
O achado foi divulgado por astrônomos ligados à sonda francesa Corot (que descobriu o planeta) e por um grupo da Universidade de Genebra (que determinou suas características). Com diâmetro 80% maior que o da Terra e o quíntuplo da massa dela, o planeta batizado Corot-7b deve ganhar o título de primeiro corpo rochoso achado fora do Sistema Solar, com a queda de um "rival" que pleiteia o posto.
A maioria dos exoplanetas já vistos são gigantes gasosos, como Júpiter, mas no ano passado os cientistas de Genebra já haviam anunciado que Gliese 581e - um planeta pequeno orbitando uma outra estrela tinha massa entre duas e três vezes a da Terra, portanto quase com certeza era rochoso. Como um estudo formal contendo esses números ainda não foi publicado, porém, Gliese 581e acabou perdendo o título, para Corot-7b, planeta ultraquente distante meros 2,5 milhões de quilômetros de sua estrela e com órbita de apenas 20,4 horas.
Não se trata de uma briga entre cientistas, contudo, já que o grupo de Genebra, liderado por Michel Mayor, fez parte das duas descobertas. Corot-7b, de um jeito de outro, é provavelmente o exoplaneta mais bem estudado até hoje. Seu tamanho foi determinado com precisão pela sonda Corot e sua massa foi calculada com margem de erro sem precedentes por instrumentos do ESO (Observatório Europeu do Sul).
Gliese 581e, que tem sua órbita numa posição mais difícil de observar, não teve a mesma sorte. Eduardo Janot Pacheco, astrônomo da USP que trabalha com o grupo francês da Corot, disse à Folha que os suíços "tinham forçado um pouco a mão naquela história", ao divulgá-la. "O que não se demonstrou publicamente ainda tem de ser considerado em aberto."
(Folha de SP, 17/9)
Ontem, pela segunda vez em menos de um ano, astrônomos anunciaram a descoberta do "primeiro" planeta rochoso fora do Sistema Solar. Por enquanto, afirmam alguns dos cientistas envolvidos no trabalho, é o único corpo celeste com "evidência sólida" para se qualificar como um exoplaneta com solo firme, similar à Terra.
O achado foi divulgado por astrônomos ligados à sonda francesa Corot (que descobriu o planeta) e por um grupo da Universidade de Genebra (que determinou suas características). Com diâmetro 80% maior que o da Terra e o quíntuplo da massa dela, o planeta batizado Corot-7b deve ganhar o título de primeiro corpo rochoso achado fora do Sistema Solar, com a queda de um "rival" que pleiteia o posto.
A maioria dos exoplanetas já vistos são gigantes gasosos, como Júpiter, mas no ano passado os cientistas de Genebra já haviam anunciado que Gliese 581e - um planeta pequeno orbitando uma outra estrela tinha massa entre duas e três vezes a da Terra, portanto quase com certeza era rochoso. Como um estudo formal contendo esses números ainda não foi publicado, porém, Gliese 581e acabou perdendo o título, para Corot-7b, planeta ultraquente distante meros 2,5 milhões de quilômetros de sua estrela e com órbita de apenas 20,4 horas.
Não se trata de uma briga entre cientistas, contudo, já que o grupo de Genebra, liderado por Michel Mayor, fez parte das duas descobertas. Corot-7b, de um jeito de outro, é provavelmente o exoplaneta mais bem estudado até hoje. Seu tamanho foi determinado com precisão pela sonda Corot e sua massa foi calculada com margem de erro sem precedentes por instrumentos do ESO (Observatório Europeu do Sul).
Gliese 581e, que tem sua órbita numa posição mais difícil de observar, não teve a mesma sorte. Eduardo Janot Pacheco, astrônomo da USP que trabalha com o grupo francês da Corot, disse à Folha que os suíços "tinham forçado um pouco a mão naquela história", ao divulgá-la. "O que não se demonstrou publicamente ainda tem de ser considerado em aberto."
(Folha de SP, 17/9)
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