Assim como homem, macaco arrisca menos quando está mais ‘pobre’

Uma experiência com primatas divulgada reforçou a ideia de que as pessoas ricas estão mais predispostas a assumir riscos que seus congêneres pobres, divulgou a imprensa australiana.

“Os macacos são capazes de tomar decisões racionais, como os humanos, após serem submetidos a treinamentos. Descobrimos que suas atitudes frente ao risco são similares as dos humanos”, explicou a responsável pelo estudo, Agnieszka Tymula.

Agnieszka, uma economista da Universidade de Sydney, considerou que seu estudo é importante para entender se o comportamento dos humanos muda em tempos de crise, com a diminuição de sua fortuna pessoal, assim como as implicações desse comportamento na economia.

Para chegar a esses resultados, Agnieszka e seus companheiros submeteram dois macacos da espécie rhesus a 20 situações distintas e sob diferentes condições de ‘riqueza’ para que tomassem decisões, informou a emissora local “ABC”.

Os macacos receberam diferentes níveis de hidratação, ou “riqueza aquífera”, que foi medida através de exames de sangue, e os dois foram treinados para escolherem um entre dois prêmios, de acordo com o estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).

As alternativas eram obter certa quantidade de água ou se arriscar em um jogo de apostas no qual perderiam tudo ou aumentariam o prêmio.

“Descobrimos que os macacos que tinham mais água no sangue eram mais tolerantes ao risco”, afirmou a especialista em economia.

O estudo respalda a hipótese que a riqueza aumenta a tolerância ao risco entre os seres humanos, seja em uma decisão como atravessar a rua, investir na bolsa de valores ou se submeter a um exame médico.

Após a tomada de decisão, “as consequências estão sujeitas às probabilidades e não se tem certeza do que vai acontecer”, disse Agnieszka.

A economista lembrou que existem centenas de estudos que mostram que o ser humano médio rejeita riscos e, por exemplo, as pessoas preferem uma quantidade de dinheiro em vez de 50% de chances de duplicar essa quantia, mas ainda se sabe pouco sobre a influência da riqueza na tendência para assumir riscos. 

(Fonte: G1)