Butantan pode “aposentar” uso de ratos de laboratório em pesquisas

O maior centro de pesquisas biomédicas da América Latina, o Instituto Butantan, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na capital paulista, desenvolveu projeto inovador que pode “aposentar” os ratos de laboratório na realização de pesquisas científicas.

 Segundo o Instituto, pelo novo modelo o “Peixe Paulistinha” será utilizado para substituir ou, em outros casos, complementar os estudos hoje realizados em ratos e camundongos, reduzindo, desta forma, os custos das pesquisas.

Também conhecido como “Zebrafish”, o peixe poderá ser utilizado nas pesquisas científicas em diferentes áreas, como psicologia, regeneração de tecidos, tumores, manipulação genética, toxicológicos e agentes terapêuticos. 

O peixe foi escolhido por ser um animal de pequeno porte e apresentar alta taxa reprodutiva, semelhantes ao dos mamíferos. Além disso, apresenta características importantes para o desenvolvimento das pesquisas, como possuir embriões transparentes, ter prole numerosa (produção média de 70 a 100 ovos por dia) e se desenvolver rapidamente. Em um período de 48 a 72 horas o ovo evolui para larva e se torna adulto aos três meses de vida, no máximo.

A implantação do modelo inovador está em fase avançada. O local já possui um laboratório com estrutura necessária para o funcionamento do criadouro, com capacidade atual para 1,5 mil peixes.

Para Mônica Lopes Ferreira, pesquisadora responsável pelo criadouro do Instituto Butantan, o projeto é um grande avanço para a ciência e contribui drasticamente para a redução dos custos das pesquisas e armazenamento dos animais. “Outro aspecto importante é a presença de elementos de imunidade inata, quando a resposta imune é independente de antígenos e acontece de maneira imediata e máxima”, explica.

 (Fonte: Terra)