Com o aumento das frotas de carros e dos problemas consequentes dessa realidade, como mais engarrafamentos, poluição e acidentes, muitas cidades repensam atualmente seus modelos de mobilidade e adotam novos programas na tentativa de tornar o trânsito mais sustentável.
O compartilhamento de bikes pode ser uma alternativa para o transporte público
Foto: Steven Vance
Incentivar o transporte público e estimular o uso de bicicletas são algumas das alternativas. O sistema público de compartilhamento das bikes, famoso na Europa há alguns anos, é uma realidade no Brasil desde 2008, e conta com a adesão de diversos municípios do país, além das capitais Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife e Salvador.
Uma novidade nesse sentido vem da empresa norte-americana Social Bicycles (Bicicletas Sociais), que investiu em um novo sistema: o usuário pode deixar a bicicleta em qualquer lugar, presa em um poste comum, dentro de uma área determinada pela organização. Dessa forma, a tecnologia não está presente nos centros fixos, onde as bikes ficam estacionadas a espera de uma locação, e sim nas próprias 'magrelas', que são equipadas com GPS e um computador.
Infraestrutura flexível
Funciona assim: o usuário faz a reserva via internet. Um aplicativo mostra onde estão as bicicletas disponíveis. Aí é só digitar um código pessoal de quatro dígitos para desbloquear a bicicleta e liberar um cadeado amarelo.
Segundo o CEO da empresa, Ryan Rzepecki, a vantagem está no custo e na infraestrutura mais flexível, noticiou o site da revista Fast Company. Atualmente, as bicicletas sociais podem ser encontradas em quatro locais: Hoboken (New Jersey), Aeroporto de São Francisco, Sun Valley (Idaho) e Buffalo.
O conceito do Aro 27 já existia na Europa e no Japão
Foto: Divulgação
Para o engenheiro pernambucano Angelo Leite, da empresa Serttel, que se inspirou no sistema europeu para trazer a ideia para o território nacional, o compartilhamento de bicicletas é uma alternativa de transporte público que tem tudo para se desenvolver mais no Brasil. Por aqui, o sistema ainda é baseado em estações situadas em pontos estratégicos das cidades - as bikes são retiradas e entregues unicamente nesses locais.
"Essa percepção de que as coisas não funcionam aqui é errada. O Rio de Janeiro é prova disso. É possível fazer, usar a bicicleta como meio de transporte, compartilhá-la. O índice de depredação e roubo aqui no Brasil é pequeno, menor até que o europeu", ressaltou Angelo em entrevista recente ao EcoD.
Comodidade
Outro negócio inovador aqui no Brasil para os amantes das bicicletas contempla quem trabalha nas proximidades da estação Pinheiros do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Trata-se de um restaurante com um conceito multifuncional de loja, oficina, café e park'n shower: o Aro 27 Bike Café.
O projeto do biólogo Fabio Samori, de 39 anos, que é ciclista há mais de três décadas, permite que os usuários estacionem suas bicicletas, tomem um banho antes do expediente ou da aula e façam refeições ou lanches.
(ECOD)