Alexandre Orion e Eiguel Ribeiro. O que eles têm em comum?
Os artistas limpam a poeira causa pela poluição com pinturas
Fotos: Divulgação
Além de serem brasileiros, ambos se dedicam a arte de transformar a paisagem urbana, com resquícios da sujeira que a poluição provoca, em galerias a céu aberto.
Orion foi um dos brasileiros convidados a pintar ruas da Alemanha para intervir no ambiente urbano, colorindo desde o prédio do Deutsche Bank (símbolo da capital financeira alemã) até algumas das principais praças, pilares da ponte nas margens do rio Main, igrejas, trens ou mesmo presídios. Hoje, o artista visual limpa a poeira negra (fuligem) que polui os túneis de São Paulo e, ao mesmo tempo, dá asas a suas imaginação.
Além de grafiteiro, Orion é tatuador e artista plástico, e já lançou algumas séries como a Metabiótica, que une graffiti e fotografia. Esta obra, produzida em 2002, precisou de interação com a população. Ele passou longas horas esperando que as pessoas "conversassem" com seus trabalhos. Involuntariamente, os transeuntes acabam por completar a ideia dos desenhos, interagindo com eles e dando-lhes significado (todas as cenas fotografadas aconteceram mesmo, sem encenação).
"Tudo acontece de verdade, sem interferências nem poses, porém o resultado parece falso. Mas, além de uma questão conceitual, a espera é o momento em que os passantes tomam parte do processo tornando-se personagens e coautores dele, acrescentando coisas que eu jamais poderia imaginar", conta Orion em entrevista a Revista Cult.
Já Eiguel Ribeiro é um publicitário que, ao perceber que a paisagem precisava ser retocada e que a população estava carente de contato com a arte, decidiu convidar alguns amigos para colorir um ponto de ônibus no Paraná. O resultado? O sucesso foi tão repentino que hoje o trabalho atua como uma exposição de arte a céu aberto, informou o Hypeness.
Ribeiro criou o projeto Alquimia para dar continuidade ao trabalho. Segundo ele, essa é uma "oportunidade de evolução cultural à sociedade".
Todos os desenhos utilizados estão devidamente autorizados e os publicitários não pretendem dar um ponto final na iniciativa – seu objetivo é continuar recolhendo apoios para expandir o projeto a outras cidades. "Precisamos continuar levando cores para mais momentos das vidas das pessoas. E a estimular nas pessoas uma das maiores necessidades humanas: a arte", lembrou Ribeiro.
(ECOD)
