Aprenda sete maneiras de conversar com seu filho sobre peso

A obesidade é um tema universal. No Brasil, o problema está crescendo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 indicam que, em 20 anos, os casos de obesidade mais do que quadruplicaram entre crianças de 5 a 9 anos, chegando a 16,6% (meninos) e 11,8% (meninas) - uma em cada três crianças estava acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

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A abordagem equivocada pode tornar as crianças obsessivas com sua aparência
Foto: Tiago Cata

Em novembro de 2012, o blog Simplificando, aqui do EcoD, mostrou o documentário Muito Além do Peso, lançado em novembro de 2012 e que aborda a obesidade infantil. Estela Renner, responsável pela direção do trabalho, revela que já há no Brasil uma geração de crianças condenadas a morrer cedo ou ter problemas de saúde em função de maus hábitos alimentares.

De acordo com o documentário (clique aqui para assistir), 56% dos bebês brasileiros com menos de um ano de idade tomam refrigerantes. Um terço das crianças brasileiras está acima do peso ou obesa: 33% têm obesidade, sendo que quatro de cada cinco delas deverão manter-se nessa condição até o fim da vida.

É comum questionar-se como conversar sobre problemas com o peso, sobretudo quando o assunto é tratado com os filhos. Para facilitar esta comunicação, a BBC Brasil solicitou a ajuda de especialistas para listar recomendações para o caso. A abordagem equivocada pode tornar as crianças obsessivas com sua aparência, ou mesmo provocar nelas distúrbios alimentares, como a anorexia.

Aprenda a conversar sobre o problema:

1) Comunique-se - Alguns pais acreditam que quanto menos falarem sobre determinados assuntos com seus filhos, melhor. Não é bem assim! O ideal é que não haja barreiras na comunicação com as crianças. O peso de um jovem é motivo de preocupação, mas isso é volátil e pode ser temporário. Considere a transição para a idade adulta, pois o índice de gordura corporal chega a dobrar, devido as transformações do corpo.

2) Trate o assunto com leveza - Um pai ou uma mãe nunca deve entrar em pânico se seu filho (a) lhe perguntar se está gordo (a), de acordo com Paul Gately, professor de exercício e obesidade na Leeds Metropolitan University, na Inglaterra. "A reação pode levar os filhos a pensar: o que eu fiz?". Também não tente fingir que nada está acontecendo, pois isso pode acabar fazendo com que a criança perca a confiança em seus pais. Ouça tudo o que o jovem tem a falar sobre o assunto - ele precisa expôr seu ponto de vista da maneira como se sente mais à vontade.

3) Mostre a seu filho o quanto ele é especial - Cada vez mais crianças e adolescentes estão preocupados com a aparência e com isso até deixam a infância de lado. Mary George, integrante de uma entidade que trata crianças com distúrbios alimentares, acredita que o segredo é mostrar o quanto eles são especiais. "Encoraje-o em outras áreas – diga o quanto eles são generosos, caridosos, felizes, o que vai tirar a atenção do peso".

4) Nunca faça piadas - Ao fazerem uma piada sobre o peso do filho, os pais podem afetá-los por toda a vida. Esqueçam os apelidos como "gordinha", "baleia"... A dica serve também para o marido que faz piadas sobre o peso de sua esposa, ou vice-versa.

5) Seja moderado em relação à própria aparência - Pesquisas mostram que a criança é afetada pela imagem que a mãe faz de si mesma e como ela trata a comida, afirma a psicóloga Amanda Hills. "É crucial que a mãe nunca fale que esteja de dieta. Diga algo como: Mamãe não vai comer essa batata porque já terminou de crescer". A psicóloga alerta também para o fato de que os pais nunca devem montar um prato com alimentos diferentes dos que oferecem a seus filhos, pois, assim, podem confundi-los.

6) Estimule seus filhos a aprender com os próprios erros - Se uma criança está preocupada com seu peso, crie uma situação para que ele conserte seus próprios erros. Os jovens precisam ganhar autoconfiança e aperfeiçoar suas próprias competências. Uma opção é estimular os filhos a para praticar um exercício físico sem focar no sobrepeso.

7) Monte uma agenda nutricional - De acordo com Andrew Hill, especialista no assunto, as crianças consomem de 60% a 70% de sua ingestão calórica diária em casa. A chave para a questão é aconselhar as crianças sobre como definir prioridades em alimentos e ensiná-los os que são mais saudáveis. A rotina nutricional pode auxiliar os jovens em suas escolhas com o passar dos anos, até quando eles forem responsáveis por suas próprias escolhas.

(ECOD)

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