Programas de dessalinização e cisternas ajudam a combater seca no Nordeste

Duas iniciativas recentes para minimizar os efeitos da estiagem no Nordeste (a maior dos últimos 50 anos) foram anunciadas na terceira semana de julho.
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Cisterna-calçadão: capta a água de chuva por meio de um calçadão de cimento de 200 m², construído sobre o solo
Foto: Valda Nogueira/Arquivo ASA


 O Programa Uma Terra Duas Águas (P1+2), que construirá 20 mil sistemas de captação e armazenamento de água da chuva em 210 municípios do Semiárido, e o Programa Água Doce, voltado para a instalação de 25 sistemas de dessalinização no estado de Sergipe.

O P1+2 é desenvolvido pela Associação Um Milhão de Cisternas Rurais para o Semiárido Brasileiro (AP1MC), ligada a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), e conta com investimento de R$ 200 milhões da Petrobras. Os 20 mil sistemas serão destinados à captação da água da chuva, que poderá ser utilizada na produção de alimentos e na criação de animais para o consumo de subsistência, além de trocas solidárias e comercialização em pequena escala. Apesar de ser caracterizada por longos períodos secos, a região registra em média 750 mm de chuva por ano, o que garante a disponibilidade de água para os reservatórios.


Critérios

De acordo com as condições do local, será feita a opção por um dos quatro tipos de sistemas de captação e armazenamento: cisternas-calçadão, cisternas de enxurrada, barreiro-trincheira e barragens subterrâneas. Todas elas são consideradas soluções simples, de baixo custo, fáceis de serem implementadas e já adaptadas às condições de vida da população rural do Semiárido.


Na escolha das famílias que receberão os sistemas, será dada prioridade àquelas que têm renda per capita familiar de até meio salário mínimo, localizadas na zona rural, com crianças de até seis anos ou com crianças e adolescentes matriculados e frequentando a escola.

Também serão consideradas famílias integradas por adultos com idade igual ou superior a 65 anos, pessoas com deficiência ou que tenham mulheres como chefes de família. Entre as condições técnicas, serão analisados aspectos relacionados à área disponível, características geológicas e de solos.

Água Doce

Já o programa Água Doce é desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem por objetivo estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, com a instalação desses sistemas de dessalinização nas comunidades mais vulneráveis da região. Ao todo serão investidos 4,4 milhões. 

As localidades com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), altos percentuais de mortalidade infantil, baixos índices pluviométricos e com dificuldades de acesso aos recursos hídricos serão os primeiros a serem contemplados pelos planos. Assim como o Índice de Condição de Acesso à Água do Semiárido (ICAA), desenvolvido a partir do cruzamento dos mesmos indicadores.

"O programa, descentralizado e participativo, permite que águas subterrâneas impróprias para o consumo humano sejam devidamente tratadas, tornando-se adequadas para o consumo. Os resíduos são reaproveitados para a criação de tilápia e plantas que absorvem o sal e servem de forragem”, explicou Ney Maranhão, secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA.

(ECOD)

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