Adolescente cria impressora braile feita com peças de Lego

Shubham Banerje de 13 anos apresentou a Braiggo, impressora doméstica que imprime em braille. Recentemente, startup recebeu investimento da Intel.


Shubham Banerje não entrou ainda nem para o ensino médio e já pode ser considerado um dos mais novos CEOs do mundo. Durante apresentação na Campus Party 2015, em São Paulo, ele brinca: “eu não tenho idade nem para dirigir e quando minha mãe diz para eu dormir, eu tenho que ir”.
A frente da Braiggo Labs, companhia legalmente dirigida pelo seu pai - afinal ele tem 13 anos -, Banerje pretende colocar no mercado uma das impressoras braille mais baratas disponíveis até então.
Sua versão econômica utiliza a linha LEGO Mindstorms, brinquedo voltado especificamente para educação tecnológica e um microprocessador Intel Edison. O primeiro protótipo foi concluído em 2014.
Já a ideia para sua criação veio de uma indagação ingênua: “que meios pessoas cegas utilizam para ler e se alfabetizarem?”. Ao direcionar a mesma pergunta para sua mãe, ela respondeu: “Não sei. Pesquise no Google!”.
Democratizar o acesso à leitura em braille se tornou um dos objetivos ao desenvolver a Braiggo - para comparação, um modelo tradicional da impressora custa a partir de 2 mil dólares. Segundo o garoto, a ideia inicial é que o modelo doméstico saia por US$ 500.
Do ‘paitrocínio’ à Intel
Não faz muito tempo que Banerje recebeu a notícia de que a Intel investiria em sua impressora. O anúncio foi feito pelo próprio VP da Intel, Mike Bell, durante demonstração ao público de seu protótipo em 2014. “Acho que ele ficou tão impressionado que decidiu investir na Braiggo Labs e ajudar a fazer a impressora”, comenta.
O adolescente belga de origem indiana, que hoje mora no Vale do Silício, brinca e diz uma das poucas palavras que aprendeu em português: “paitrocínio?”. Até então quem vinha investindo no projeto era seu pai.
A Braiggo utiliza o microprocessador Intel Edison, que permite conexão wi-fi e Bluettooth. A expectativa é que até julho deste ano, a impressora chegue a 20 protótipos e sejam entregues em distintas instituições para cegos, entre elas uma em São Paulo.
A ideia é receber feedbacks sobre a impressora para depois partir para produção em escala industrial.
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