À medida que evoluem, os animais tendem a ficar maiores com o passar do tempo, concluíram cientistas em um amplo estudo publicado que rastreou milhares de criaturas em um período de meio bilhão de anos.
O tamanho médio de animais marinhos, por exemplo, aumentou 150 vezes nos últimos 542 milhões de anos, destacou o estudo, publicado na revista americana Science.
“Esta é a diferença entre os tamanhos de um ouriço-do-mar com cerca de cinco centímetros de comprimento em contraste com outro que tem 30 centímetros”, explicou Noel Heim, pesquisador de pós-doutorado em um laboratório da Escola de Ciências da Terra, Energia e Meio Ambiente da Universidade de Stanford.
“Pode não parecer muito, mas representa um grande salto”, prosseguiu.
O aumento nos tamanhos corporais ocorreram desde que os animais apareceram pela primeira vez no registro de fósseis, cerca de 550 milhões de anos atrás, segundo o estudo.
“Sabemos há algum tempo que os maiores organismos vivos hoje são maiores do que os maiores organismos que existiram quando a vida se originou ou até mesmo quando os animais começaram a evoluir”, disse Jonathan Payne, paleobiólogo na mesma escola de Stanford que conduziu a pesquisa.
Mas, ele acrescentou, desconhece-se se o tamanho médio dos animais mudou ao longo do tempo e se isto refletiu uma tendência evolutiva no tamanho corporal.
Segundo os cientistas, o fenômeno não se aplica a todas as linhagens animais, mas ficou particularmente evidente naquelas que foram as maiores e mais diversas nos primeiros registros evolutivos.
“Por razões que não compreendemos completamente, as classes com os maiores tamanhos corporais parecem ser aquelas que, com o passar do tempo, se tornaram diferencialmente mais diversas”, disse Payne.
A pesquisa baseada em modelagem de computador reforça a chamada Regra de Cope, assim denominada em homenagem ao paleontólogo do século XIX, que determinou que as linhagens biológicas tendiam a evoluir para tamanhos maiores com o passar do tempo.
Edward Cope observou como mamíferos, tais como os cavalos, cresciam mais com o passar das gerações.
Cientistas já tinham tentado verificar a teoria anteriormente em outros grupos animais, mas as descobertas apresentaram tendências opostas. Os corais e os dinossauros pareciam confirmar a teoria, mas as aves e os insetos, não.
Como resultado, alguns cientistas questionaram se a tendência em animais terrestres era ou não um verdadeiro fenômeno evolutivo.
A equipe de Payne se debruçou no mais abrangente teste da Regra de Cope, compilando bases de dados de mais de 17.000 grupos – ou gêneros – de animais marinhos, incluindo artrópodes e moluscos, ao longo dos últimos 542 milhões de anos.
“Quase 75% de todos os gêneros marinhos no registro fóssil e quase 60% de todos os gêneros animais que já viveram estão incluídos em nossa base de dados”, disse Heim.
(Fonte: Terra)