Como fazer Jogos Inclusivos?

Conscientização sobre a inclusão de forma lúdica e divertida. A inclusão das pessoas com deficiência é lei e nem deveria ser discutida.
Mas ela esbarra numa série de barreiras físicas e também de atitude, que impedem que quem tenha alguma deficiência participe de fato da sociedade em igualdade de condições com as outras pessoas. Uma das causas para isso é a falta de convivência entre pessoas com e sem deficiência. Pesquisas mostram que em escolas inclusivas, por exemplo, os alunos são mais tolerantes e abertos à diversidade que nas que não recebem alunos com necessidades educativas especiais.

Sabendo disso, em 2005, um grupo de Brasília se reuniu para organizar o I Festival Ser Diferente é Normal – Jogos da Inclusão. A iniciativa partiu de pais de crianças com síndrome de Down. Eles reuniram voluntários e montaram um evento no parque da cidade que reuniu mais de 2 mil pessoas. “A gente tem que ir aonde o povo está, e tem que despertar o interesse do público de forma alegre e divertida, não pode ser uma coisa chata. ” diz Patricia Almeida, uma das coordenadoras do Festival.

O evento foi aberto pelas meninas do Batalá, que com seus bumbos, tambores e instrumentos de percussão animaram os frequentadores do parque.

Grupo de percussão Batalá, formado por mulheres de roupas brancas vermelhas e pretas, tocando tambores e bumbos.
Foram montadas barracas com diversas atrações para adultos e crianças, mas sempre com um viés inclusivo.

Na tenda de contação de histórias “Era uma Vez”, as historinhas eram inclusivas e traduzidas por intérpretes de Libras, a língua brasileira de sinais.
Contadora de histórias de avental azul, ao lado de intérprete de Libras, de camiseta preta e boné bege, contam história para grupo de crianças sentadas no chão em tenda ao ar livre.
No túnel sensorial podia-se adivinhar sons, cheiros e toques, com os olhos cobertos por uma venda.
Homem vendado sente cheiro de substância na ponta dos dedos.
Menino vendado é ajudado por mulher em cadeira de rodas a sentir textura de objeto em cima da mesa.
A Sucateca promovia a diversão com criatividade e reciclagem.

Duas meninas amarram juntas barbante em bola para fazer cabeça de boneca de jornal.
Houve apresentação do judoca com síndrome de Down, Breno Viola, do Rio de Janeiro.
Breno Viola, vestido com quimono de judô azul fala ao microfone.
Breno derruba adversário no tatame enquanto público observa em volta.
Também participou o grupo musical de surdos Surdodum.

O Festival foi inspirado nas dicas de atividades de Romeu Kazumi Sassaki.

JOGOS 
INCLUSIVOS – Participantes com deficiência e participantes sem deficiência
SãoPaulo
1ªEdição: 1995





2ªEdição: 1997
3ªEdição: 1999
4ªEdição: 2001

SUMÁRIO


Introdução …………………………………………….
Corrida maluca ………………………………………
De olhos vendados ………………………………..
2.1 – Dez passos
2.2 – Caça à moeda
2.3 – Passeio em ovos
2.4 – O apito
2.5 – Gato e rato
Horóscopo oriental …………………………………
Cabo de guerra com corda ou bambu …………
Cabo de guerra com o corpo …………………….
Corrida para trás a pé …………………………….
Corrida para trás em cadeira de rodas ……….
Corrida em duplas em cadeira de rodas ……..
Centopéia …………………………………………….
Futebol com muletas ……………………………….
Encher a garrafa na testa ………………………..
Objetos por cima e por baixo ……………………
Engatinhar através do túnel ……………………..
Vôlei de bexiga ………………………………………
Bexiga em ziguezague ……………………………
Estouro com o corpo ………………………………
Corrida de três ………………………………………
Corrida de gatos ……………………………………
Corrida secreta ……………………………………..
Bolas ao cesto ………………………………………
Labirinto às escuras ……………………………….

INTRODUÇÃO

Já houve um tempo — que durou muitasdécadas — em que aspessoas com deficiência, por estarem internadas em instituições ou por ficaremem casa toda a vida, eram levadas em grupo para passeios organizados porprofissionais. Nesses passeios, esporádicos, as pessoas com deficiência tinhama oportunidade de assistir a filmes ou jogos, realmente como merosespectadores. E isso já era muito, pois essas saídas programadas davam muitotrabalho aos organizadores.

Mais ou menos a partir de 1970, essa situação mudou e vemmudando enormemente. E as próprias pessoas com deficiência constituíram umfator decisivo para essa mudança.

Universidades criaram, dentre outros programas e serviçospara equiparar as oportunidades de estudo acadêmico, atividades recreativas edesportivas para estudantes com os mais diversos tipos de deficiência. Agências de viagem organizaram excursões parapessoas em cadeira de rodas. Entidades assistenciais, hospitais e outros tiposde organização voltados ao atendimento de pessoas com deficiência introduziramuma variedade de atividades nesta área. Organizações de pessoas com deficiência— associações ecentros de vida independente — aperfeiçoaramprogramas de lazer, recreação e esportes.

Hoje, é ponto pacífico o direito que as pessoas comdeficiência têm às oportunidades de lazer, recreação e esportes como parte doseu desenvolvimento ou bem-estar integral. Porém, não mais separadamente dapopulação geral. Priorizam-se hoje as atividades que juntem pessoas comdeficiência e pessoas sem deficiência. São as chamadas atividades integradas (quando a pessoa com deficiência consegueparticipar de atividades não-adaptadas) e atividadesinclusivas (quando a sociedade adapta seus programas para incluir todas aspessoas, inclusive as que têm deficiência).

Os jogos aqui descritos foram todos vivenciados. Foi emsetembro de 1981, no Japão, quando eu fazia um estágio profissional na JapanSun Industries, tive a oportunidade de participar de uma gincana integrada(naquela época, ainda não se usava a palavra «inclusiva»). Foi para mim uma experiência gratificante einesquecível correr toda a gincana ao lado de pessoas com deficiência,apreciando os jogos que foram adaptados para incluir até pessoas comdeficiência grave.

De volta ao Brasil, tive quatro oportunidades paraintroduzir vários daqueles jogos. Por duas vezes (1982 e 1983), foi através doNID – Núcleo de Integração de Deficientes, do qual fui um dos membrosfundadores. Os jogos foram realizados durante acampamentos inclusivos (naépoca, chamados «integrados») junto ao Pico do Jaraguá, na Capital paulista. Naterceira vez (1987), os jogos foram realizados durante um encontro de debatesocorrido em Ourinhos (SP). Já a quarta oportunidade foi num acampamentoinclusivo realizado em fevereiro de 1996. Todas essas experiências foram relatadas em uma palestra que fizrepresentando o Centro de Vida Independente Araci Nallin (CVI-AN) no País deGales, em julho de 1996, durante o 4° Congresso da Associação Mundial de Lazere Recreação, ocasião em que pude constatar o quanto estão adiantados algunspaíses na implementação do processo de inclusão em práticas recreativas.

Os leitores poderão executar estes jogos, talvez com ummínimo de modificação para atender às peculiaridades locais. Poderão também criar outros jogos. Éessencial que os organizadores tenham presente a moderna filosofia de vidaindependente. Os jogos em si não terão nenhum valor por melhor que sejamorganizados, se não houver em todos os momentos uma atmosfera de respeito poralguns dos principais valores dessa filosofia, a saber:

1. Empoderamento (empowerment) — processo peloqual um indivíduo ou um grupo de indivíduos usa o seu poder pessoal, inerente àsua condição (por exemplo, ter uma deficiência) para fazer escolhas, tomardecisões e assumir o controle de sua vida.

2. Inclusão social — processo pelo qual asociedade se adapta às necessidades de todas as pessoas (inclusive as que têmdeficiência) para incluí-las e estas se preparam para participar ativamente davida na sociedade.

Bom divertimento a todos!

Romeu Kazumi Sassaki

1. CORRIDA MALUCA

Participantes:

Pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência.
A participação é individual e podem participar várias pessoas ao mesmotempo. Este jogo é para pessoas com deficiência que andem sem cadeira de rodas.Os participantes sem deficiência não correrão, mas deverão atuar como monitoresnas diversas barreiras previamente instaladas. É necessário também um apitador.

Material:

· 1 apito (e 1bandeirinha para sinalizar para pessoas surdas).
· 1 rede grande (de vôlei, por exemplo).
· 1 lona grande.
· Várias metades de sanduíches (misto frio) acondicionadas em saquinhos.
· 1 varal para pendurar os sanduíches.
· Linha para pendurar os sanduíches no varal.
· Vários copos com refrigerantes.
· 1 bacia com água limpa.
· 1 bacia com farinha e balinhas.

· Prêmios aos 3 primeiros colocados.

Procedimento:

1. Ao sinal do apito (e da bandeirinha), osparticipantes realizam as seguintes tarefas:
2. Passar por debaixo de uma rede estendida no chão.
3. Gritar: “Eu sou maluco!”
4. Com os dentes, sem auxílio das mãos, apanhar um sanduíche pendurado no varal e comê-lo.
5. Gritar: “Eu estou com sede!”
6. Pegar um copo de refrigerante e tomá-lo.
7. Passar por debaixo da lona estendida no chão.
8. Molhar o rosto com água.
9. Procurar uma balinha na bacia cheia de farinha, sem auxílio das mãos.
10. Rir bem alto: “Há-há-há!!!”
11. Dar uma volta completa em uma pessoa que está sentada.
12. Cruzar a linha de chegada.

Sugestão de posicionamento das barreiras:

2. DE OLHOS VENDADOS

Observação:

Em todas as variações deste jogo, são necessários os seguintes materiais:
· Vendas (tirasgrossas de pano preto) para serem amarradas na cabeça cobrindo os olhos.
· 1 apito.

· Prêmios.

Os demais materiais são específicos de cada variação de jogo. Esses materiais são indicados com grifo.

Podem participar pessoas com e sem deficiência, pois todas terão seus olhos vendados. São necessários: 1 apitador e vários monitores.

2.1- DEZ PASSOS

Um participante de olhos vendados é girado em torno de si mesmo trêsvezes. Os demais participantes se espalham até 8 passos distantes doparticipante vendado, formando um círculo, e permanecem imóveis e calados. Oparticipante vendado pode dar até 10 passos e, se tocar em alguém, diz o nomedessa pessoa. Em seguida, troca de lugar com este, mesmo que não tenha acertadoo nome dele. Vencem o participante que nunca foi tocado e o participante que,vendado, conseguir acertar o maior número de nomes das pessoas tocadas.

2.2- CAÇA À MOEDA

Forma-se um círculo. Cada participante fica de olhos vendados, segurandoum pequeno cartucho de papel (daqueles utilizados por farmácia, porexemplo). Uma moeda é atirada dentro docírculo. O primeiro participante que a encontrar coloca-a dentro do cartucho evence o jogo. Podem ser colocadas até 3 moedas ao mesmo tempo. Se algumparticipante encontrar mais de uma moeda, recebe o correspondente número de prêmios.

2.3- PASSEIO EM OVOS

Vários ovos frescos (de galinha) são colocados sobre jornaisespalhados pelo chão. Os ovos devem ser colocados em linhas retas cruzadas. Umde cada vez, o participante, com os olhos vendados, deve andar sobre os jornaisaté o outro lado da área coberta de jornais. Vence o jogo aquele que atravessara área sem pisar em nenhum ovo.

2.4- O APITO

Um participante é vendado e um apito é pendurado às suas costascom um barbante e alfinete de segurança. Os demaisparticipantes deverão, um a um, soprar o apito. O participante vendado deveráagarrar aquele que apitou e dizer o nome deste. O jogo é repetido com os demaisparticipantes e vence aquele que acertar o maior número de nomes.

2.5- GATO E RATO

Posicionam-se uma mesa e 2 cadeiras (uma cadeira num ladoda mesa e a outra no lado oposto). Dois participantes são vendados e sentam-se.No início do jogo, designa-se quem é o rato e quem é o gato. Os dois colocam amão direita espalmada sobre a mesa. Aquele que for o gato, deverá usar a mão esquerda para bater na mãodireita do rato. O rato poderá mudar a posição da mão direita tentando fugir dogato, mas sempre com a mão espalmada e pousada sobre a mesa.

3. HORÓSCOPO ORIENTAL

Participantes:

De preferência mais de 25 pessoas, com e sem deficiência. Sãonecessários: 1 coordenador e 1 monitor para cada grupo.

Material:

· 1 relação contendo os anos do horóscopo oriental.
· Lápis ou caneta para anotar os nomes dos participantes.
· Folhas de papel.
· Texto sobre o perfil dos animais do horóscopo oriental.
· Não haverá prêmios, mas os participantes poderão, no final do jogo, receber umacópia dos textos utilizados pelo líder.

Procedimento:

1. Identificar o animal de cada participante.
2. Participantes se agrupam por animal.
3. Cada grupo escolhe um líder, que receberá o perfil do animal.
4. O líder de cada grupo lê para os seus membros o perfil à medida que vai promovendo uma trocade idéias e reações entre os membros.

4. CABO DE GUERRA COM CORDA OU BAMBÚ

Participantes:

Várias pessoas, sem e com deficiência, com exceção de pessoas que usamcadeira de rodas e pessoas sem equilíbrio corporal. Pessoas que usam muletaspoderão participar desde que tenham controle de equilíbrio. São necessários: 1apitador e vários monitores (partida/chegada).

Material:

· 1 apito (e uma bandeirinha para os surdos)
· 1 corda grossa ou vara de bambu
· Linha no chão demarcando o meio da área de jogo
· Prêmios para todos os participantes do time vencedor.

Procedimento:

1. Formam-se 2 times.
2. Cada time fica posicionado em fila reta, encarando o time que está no ladooposto.
3. Todos os participantes seguram a corda ou o bambu e aguardam o início. A corda ou obambu tem uma fita vermelha amarrada bem visivelmente no meio dela (dele).
4. Ao sinal do apito (e da bandeirinha), cada timedeverá puxar a corda para o seu lado, tentando arrastar o time adversário.
5. Perde o jogo o time que ultrapassar a linha demarcada no chão (ou seja, quando os 3 primeiros participantes passarem essalinha).

5. CABO DE GUERRA COM O CORPO

Participantes:

Vários, com e sem deficiência. As pessoas com deficiência deverão possuir equilíbrio corporal. São necessários: 1 apitador e vários monitores.

Material:

· 1 apito (e 1 bandeirinha para os surdos).
· Prêmios.
· Linha no chão demarcando o meio da área de jogo.

Procedimento:

1. Formam-se 2 times. Os times deverão ser relativamente equivalentesem força física e ambos deverão ter participantes com deficiência e participantes sem deficiência.
2. Os times se posicionam em linha reta, um de frente ao outro como se fossem uma únicacorda esticada.

Outros jogos:

Corrida pra trás a pé;
Corrida pra trás em cadeira de rodas;
Cabo de guerra com o corpo;
Vôlei com balão;
Balão em zigue-zague;
Estouro de balão com o corpo;
Corrida de três;
Corrida de engatinhar;
Pintar quadro com as mãos amarradas;
Embaixadinha com muletas;
Futebol de muleta;
Chutes a gol com muletas;
Passar de uma cadeira comum para cadeira de rodas e vice-versa;
Arremesso à cesta de basquete;
Basquete em cadeira-de-rodas;
Futebol com cegos ou pessoas vendadas e bolas de guizo;
Vôlei sentado;

Completar uma tarefa em grupo de cinco pessoas: uma com olhos vendados, uma com braços atados nas costas, uma com ouvidos tampados, uma com cadeira de rodas e uma que não fala. A que não fala seria a líder do grupo e a que vai saber qual tarefa e depois comunicar a todos do grupo, para que todos cumpram juntos a tarefa;

Colocar e tirar roupas sem poder mover um lado do corpo;
Percurso com obstáculo em cadeira de rodas;
Túnel sensorial – Oficina dos sentidos, onde as pessoas vão experimentar, através dos diversos sentidos diferentes objetos;
Caça ao tesouro, sempre um momento mágico para crianças, jovens e adultos e evidência a importância de estar em equipe, em espírito de cooperação e colaboração;
Passeio em bicicleta dupla com o carona vendado.

I Festival Ser Diferente é Normal, Jogos da Inclusão – Parque da Cidade, Brasília/2005
Batalá – Percursão de Mulheres
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Dança em cadeira de rodas
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Breno Viola – apresentação de judô
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Dança inclusiva
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Lançamento de livros de pessoas com deficiência
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Circuito com cadeira de rodas
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Circuito vendado
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Era uma vez – Histórias Inclusivas
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Oficina sobre mercado de trabalho (com ytradução em Libras)
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Capoeira inclusiva
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Musicalidade
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Massagem de cegos
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Perna de Pau
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Andar com andador
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Túnel sensorial
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Passeio às escuras
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Pintura com a boca
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Pintura com os pés
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Apresentação surdos
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(INCLUSIVE ORG)

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