Combinação de duas drogas ajuda adolescentes com TDAH e agressão

A prescrição de um estimulante e um fármaco antipsicótico para crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e agressão, junto com o ensino aos pais do uso de técnicas de controle do comportamento, reduz os problemas sérios de comportamento e agressão nas crianças, conforme revela um estudo realizado por pesquisadores do The Ohio State University Wexner Medical Center.


O estudo foi realizado em conjunto com a Universidade de Pittsburgh, Stony Brook University, em Nova York e Case Western Reserve University, em Ohio. Os achados são apresentados on-line antes da publicação na edição de janeiro da revista da American Academy of Child and Adolescent Psychiatry

"A farmacoterapia de combinação está se tornando comum em tratamentos psiquiátricos de crianças e adolescentes, mas tem havido pouca pesquisas avaliando-a", disse o autor principal Michael Aman, diretor de ensaios clínicos no Centro Nisonger do Estado de Ohio e professor emérito de Psicologia. "Nossos achados podem ser considerados um pouco controversas porque eles parecem apoiar o uso de duas drogas sobre uma para tratar crianças com agressividade e comportamento disruptivo, quando as coisas não parecem estar indo bem. Na formação em medicina, muitos praticantes foram ensinados a 'manter as coisas simples e seguras'. Em geral, este é um bom conselho."

Para o estudo "Tratamento da Agressão Grave na Infância (TOSCA, Treatment of Severe Childhood Aggression)," 168 crianças de 6 a 12 anos de idade, que tinham sido diagnosticadas com TDAH e exibiam significativa agressão física foram divididas em dois grupos. Todos os participantes do estudo receberam uma droga psicoestimulante chamada metilfenidato OROS e seus pais receberam treinamento de comportamento para pais durante nove semanas. Os pesquisadores chamaram esta combinação de tratamento como "básico", porque ambos são baseados em evidências e demonstraram ser úteis para melhorar tanto a TDAH quanto a agressão.

Os pesquisadores queriam ver se eles podiam expandir ou aumentar este tratamento adicionando uma segunda medicação. Se havia espaço para melhoria no final da terceira semana, um placebo era adicionado para o “grupo básico", enquanto que o fármaco antipsicótico Risperidona foi adicionado aos participantes do “grupo com adição”.

Em relação ao “grupo básico", o "grupo com adição" que recebeu a droga estimulante e treinamento dos pais além de Risperidona mostrou uma melhora significativa (em média com comportamento moderadamente melhor) sobre a Escala de Disrupção Total do Formulário Nisonger para Avaliação do Comportamento da Criança (NCBRF, Nisonger Child Behavior Rating Form), a subescala de competência Social do NCBRF e parte de Agressão Reativa da Escala de Comportamento Antissocial.

Enquanto há sempre algum risco com a adição de uma segunda droga para o pacote de tratamento, as duas drogas pareciam neutralizar alguns dos efeitos colaterais. Por exemplo, as crianças no “grupo com adição” não pareciam ter tanta dificuldade em adormecer, uma vez que a risperidona foi adicionada, explica Aman.

"Realizamos este estudo, porque temos observado a combinação de TDAH e agressão física significativa - especialmente a agressão - como uma situação grave", afirma Aman. "Não é incomum usar mais de um medicamento para outras situações graves, tais como quando são tratados o câncer ou a epilepsia, por exemplo. Embora os médicos tenham usado frequentemente estimulantes e antipsicóticos juntos nos últimos anos, não tivemos boas evidências até agora em relação a que eles iriam funcionar mais eficazmente quando cuidadosamente implementados e administrados conjuntamente".

(Medical News Today)

Postar um comentário

0 Comentários