Descoberta de nova espécie de barbeiro

 
Após a avaliação da espécie, a validação da descoberta do Triatoma pintodiasi, que vive entre pedras, será feita com a publicação no periódico Revista Pan-Amazônica de Saúde.
O Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificou um novo triatomíneo, o Triatoma pintodiasi. O nome da nova espécie de barbeiro, inseto transmissor da doença de Chagas, é uma homenagem ao pesquisador João Carlos Pinto Dias, que hoje atua no Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR/Fiocruz Minas) e dedicou sua trajetória profissional ao estudo da doença de Chagas. A homenagem foi divulgada durante o Ciclo Carlos Chagas de Palestras, que celebrou os 70 anos do Posto Avançado de Pesquisa Emmanuel Dias, em Bambuí (MG).

A constatação de que se trata de uma nova espécie foi feita por meio de uma análise acurada da morfologia do inseto. As amostras da espécie recém-descrita eram confundidas com outro triatomíneo bastante semelhante, o Triatoma circummaculata. Para o estudo, os pesquisadores do Laboratório utilizaram 14 amostras coletadas no Rincão Nossa Senhora das Graças, em Caçapava do Sul (RS), a partir das quais foi possível estabelecer uma colônia no Laboratório.

Após a avaliação da espécie, a validação da descoberta do Triatoma pintodiasi, que vive entre pedras, será feita com a publicação no periódico Revista Pan-Amazônica de Saúde. O próximo passo do Laboratório será o início de novos estudos sobre a morfologia, fisiologia e comportamento do Triatoma pintodiasi, como o ciclo de vida e a possibilidade de cruzamento entre as espécies.

Chefe de laboratório, o pesquisador José Jurberg explica que o nome da nova espécie é uma forma de saldar uma dívida com um pesquisador que tanto se empenhou no estudo da doença de Chagas. "O João Carlos Pinto Dias é um pesquisador famoso que trabalhou a vida inteira com a doença de Chagas. Uma vez estabelecido o nome, o pesquisador fica imortalizado", explica o pesquisador.

O homenageado destaca a grande satisfação de ser reconhecido por sua contribuição às pesquisas acerca da doença. "Estou envolvido com a pesquisa da doença de Chagas desde pequeno, quando meu pai, Emmanuel Dias, já se debruçava sobre o estudo do parasito. Essa homenagem reflete o meu envolvimento com esta pesquisa. E qual é o pesquisador que não gosta de ter seu nome em uma espécie nova? Desta maneira, serei imortalizado", comenta João Carlos Pinto Dias.

(Vanessa Sol, Agência Fiocruz)

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