Cientista que clonou células-tronco embrionárias admite erros em estudo

O principal autor da pesquisa que anunciou na semana passada a criação, pela primeira vez, de células-tronco embrionárias por clonagem admitiu  que seu estudo contém erros, embora afirme que os resultados não foram alterados.


A revelação foi feita em um artigo da revista britânica “Nature”. Os cientistas querem agora entrar em contato com a revista “Cell”, para preparar uma correção.

O trabalho havia mostrado que, a partir da técnica de clonagem, é possível criar células-tronco embrionárias humanas geneticamente idênticas às da pessoa de quem procedem.

O pesquisador Shoukhrat Mitalipov, da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, no noroeste dos EUA, admitiu haver “inexatidões” no trabalho, a partir das quais foram montados, às pressas, os dados para publicar o estudo, aceito pela “Cell” apenas três dias depois de ser apresentado.

O cientista destacou, porém, que “os resultados são exatos, as linhagens de células-tronco embrionárias existem”. Segundo ele, um quarto erro identificado não representa nenhum problema.

Mitalipov disse ter falado com seu colega de equipe Masahito Tachibana, que compilou os dados e confirmou que o estudo continha alguns erros.

Repercussão – Comentários anônimos publicados no site científico PubPeer reportaram erros nas ilustrações e imagens usadas no estudo.

Martin Pera, especialista em células-tronco da Universidade de Melbourne, na Austrália, também lamentou no artigo da revista “Nature” que os cientistas tenham usado a mesma imagem para ilustrar duas propriedades diferentes entre as células-tronco de um embrião humano e as produzidas por clonagem.

“As explicações dadas pelos autores do estudo são plausíveis, mas é preciso esperar os resultados de uma pesquisa a fundo”, concluiu.

Para Robin Lovell Badgen, chefe do Departamento de Genética do Instituto Nacional de Pesquisa Médica, em Londres, esses erros são o resultado da pressa para publicar os resultados.

“Devem dar a eles a oportunidade de explicar e corrigir os erros”, destacou Badgen na “Nature”.

 (Fonte: G1)

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