Cientistas
dizem ter identificado fragmentos de um antigo microcontinente abaixo das
profundezas do Oceano Índico, nos arredores das Ilhas Maurício e Reunião,
afirma um estudo publicado no site da prestigiada revista “Nature Geoscience”.
As
ilhas são conhecidas pelas belas praias e por serem destinos turísticos. Entre
os participantes da pesquisa estão cientistas da Universidade de Oslo, na
Noruega; da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul; da Universidade de
Liverpool, na Grã-Bretanha; entre outras instituições.
A
pesquisa sugere que o microcontinente, chamado pelos pesquisadores de Mauritia,
rachou e se dispersou conforme o Oceano Índico se abriu e cresceu, entre 83,5
milhões e 61 milhões de anos atrás. Os fragmentos estariam sob grandes
quantidades de magma abaixo do fundo do mar, próximo às ilhas.
O
microcontinente, que data do período pré-cambriano, se separou da Ilha de
Madagascar, na África, diz o estudo.
Para
os pesquisadores, rachaduras em continentes e dispersão de fragmentos estão
muitas vezes associadas a “bolhas” gigantescas de rocha fervente que sobem pelo
manto de magma abaixo da crosta terrestre, o mesmo de onde surge a lava dos
vulcões.
O
processo fragiliza as placas tectônicas por baixo, e faz com que elas rachem
nos pontos frágeis. Esta é uma das causas da separação e deriva de continentes,
sugere a pesquisa. O processo teria ocorrido na região e o microcontinente
teria afundado sob o oceano, ficando soterrado sob depósitos de magma, com o passar
do tempo.
Os
cientistas afirmam que “bolhas” semelhantes causaram, por exemplo, a separação
do antigo supercontinente de Gondwana em sua região oriental, há cerca de 170
milhões de anos. Gondwana incluía a maior parte de áreas de terra firme no
Hemisfério Sul – como África, Antártica, América do Sul e Índia, dizem os
pesquisadores.
Areia –
Para chegar ao resultado, o pesquisador Trond Torsvik e seus colegas examinaram
a composição da areia do litoral da Ilha Maurício. A areia foi formada pela
erosão de rochas vulcânicas, que surgiram há 9 milhões de anos. No entanto,
junto dela, os cientistas encontraram minerais de zircônio que datam de 660
milhões a 1,97 bilhão de anos.
A
existência destes minerais, além de novos cálculos da proporção das placas
tectônicas na região, explicam onde e como os fragmentos acabaram abaixo do
fundo do oceano, afirmam os pesquisadores.
(Fonte:
G1)
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