Ensino de Ciências melhora aprendizagem de alunos no Rio

A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro encara um desafio: melhorar os índices de aprendizagem de Ciências para 20 mil alunos de 130 escolas de Ensino Fundamental com avaliação abaixo dos padrões preconizados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na cidade.

Para isso, vem apostando numa parceria com o Instituto Ciência Hoje (ICH) e implantou na cidade o Projeto Ciência Hoje de Apoio à Educação das Crianças, que incorpora atividades científicas no dia a dia de professores alunos e pais.

Como resultado, o aproveitamento médio dos alunos dessas escolas vem se igualando ou superando os índices dos estudantes da rede municipal. "A média das turmas de 5º ano em Ciências se igualou à do restante da rede", revela a secretária de Educação, Cláudia Costin. "Algumas escolas se aprofundaram nas atividades, participam de mostras regionais e vêm superando a média da rede".

Metodologia - O Projeto está no segundo ano de implantação. Nele, os alunos recebem a Ciência Hoje das Crianças, única publicação científica para o público infanto-juvenil. Os professores, por sua vez, participam de uma formação e desenvolvem seu trabalho a partir dos interesses dos alunos e incorporam em suas aulas instrumentos, como estudo de campo, organização de informação no modelo científico e a realização de experimentos na classe, utilizando materiais simples. "Ensinando desta forma, a matéria ficou mais divertida e percebemos que os alunos, além de ficarem mais curiosos, passaram a gostar de Ciências", comenta Michele Madeira, professora da Escola Municipal José Pedro Varela.

O Projeto incorporou neste ano as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como instrumento pedagógico em sala de aula, por meio do portal "Casa de Curioso" (www.casadecurioso.com.br). O portal oferece tutoriais de como editar e divulgar em mídias um experimento científico, incluindo suporte dos formadores do ICH e uma área para os professores postarem as produções com seus alunos. O objetivo é fazer os professores registrarem seus experimentos em sala de aula e os converterem em mídias como vídeo, animação, ilustração e fotonovela.

"Queremos que o professor incorpore a prática experimental as suas aulas e ao mesmo tempo explore e incorpore as TICs ao elaborar o seu portfólio de projeto, substituindo o formato impresso em caderno, pasta ou papel", explica Maria del Carmem Chude, diretora pedagógica do Projeto.

Blog premiado - Em seis meses no ar, o portal conta com mais de 60 experimentos registrados e vários blogues criados por professores. Aline Lobo, do CIEP Barão de Itararé, nunca havia utilizado essas ferramentas e em pouco tempo passou a produzir vídeos de experimentos, postá-los e compartilhá-los por redes sociais. Criou um blogue, pelo qual divide todo o seu processo de ensino e aprendizagem pela web. Detalhe: foi eleito o segundo melhor blog de Educação pelo Prêmio Rioeduca, principal láurea educacional do município.

"É um prêmio muito importante para todos os professores que desejam incorporar essas tecnologias ao seu dia a dia na classe", avalia Aline, que reconhece: "No começo tive um pouco de dificuldade, mas o suporte on-line da formação me ajudou com as dúvidas e me estimulou a superá-las; hoje, termos como experimentos, vídeos, blogues e internet fazem parte da rotina na minha sala de aula", completa.

Beatriz, aluna do 5º ano do CIEP Padre Paulo Corrêa de Sá, aprova a iniciativa: "Fazer experiência científica é muito divertido; além disso, podemos ensinar as pessoas para que elas possam aprender e passar para outras". Fora da classe, os alunos, a partir deste novo enfoque, acabam estimulados a utilizar o conhecimento científico para identificar e solucionar problemas em sua comunidade.

No final deste processo, as crianças relatam o que aprenderam por meio de trabalhos científicos em mostras regionais. Alguns trabalhos são selecionados para uma mostra municipal aberta à comunidade.
(Jornal do Brasil)

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