Toda cadeia alimentar pode estar sendo prejudicada pelos plásticos. É o que afirma um estudo feito com base no dessecamento de peixes-lanternas, pequena espécie que se alimenta de plâncton no Oceano Pacífico.
Segundo o estudo de pesquisadores americanos do sul da Califórnia, 35% dos peixes-lanterna que foram encontrados tinham, em média, dois pedaços de plástico em seu estômago, sinal de que esses animais estão se alimentando dos materiais jogados ao mar.
Isso pode influir nas cadeias alimentares de muitos seres vivos, inclusive dos humanos, pois esses animais são as presas favoritas de grandes peixes populares na pesca, como o atum e o dourado.
A pesquisa, realizada no entorno de 1,6 mil km da Costa Oeste dos EUA, foi feita por pesquisadores de duas instituições parceiras: a Algalita Marine Research Foundation ( Fundação de Pesquisa Marinha Algalita) e a Califórnia Coastal Water Research Project (Projeto de Pesquisa das Águas Costeiras da Califórnia).
Publicado na semana passada pela revista científica Marine Pollution Bulletin, o documento analisou a presença de plásticos em centenas de peixes e chegou a encontrar 83 fragmentos do material em um único animal.
O que estamos observando é toda a rede alimentar sendo contaminada pelo plástico", alertou o fundador da Fundação Algalita, Charles Moore. Ele, que também é um dos autores do estudo, explicou que, com o passar do tempo, os plásticos no mar começam a se fragmentar, obtendo um tamanho e uma textura de um alimento natural, confundindo os peixes.
O relatório será apresentado no fim de março em uma Conferência Internacional sobre Detritos Marinhos, em Honolulu, Havaí.
(Estadão)
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