Substância obtida é forte e mais biodegradável que o plástico de amido. Uma possível solução para o problema do plástico descartado pode estar mais perto do que se imagina. Mais precisamente, na cozinha e no quintal. É o plástico biodegradável feito a partir do leite e da argila.
Cientistas da Tailândia e dos EUA conseguiram desenvolver um novo material plástico com base numa proteína do leite e na argila comum, dessas de moldar.
As matérias-primas do novo invento são a caseína, uma proteína presente em abundância em leite e queijo de vaca, já usada para fabricação de adesivos, e um mineral argiloso.
A novidade está na revista científica "Biomacromolecules", da Sociedade Química Americana, uma das publicações químicas mais importantes da atualidade.
Trabalhando em escala nanométrica (equivalente a um bilionésimo de metro), os cientistas introduziram, por meio de uma reação química, a caseína no aerogel preparado a partir da argila. Esse aerogel é um material sólido e extremamente leve.
Nesse processo, os químicos conseguiram reforçar tanto a caseína, que facilmente se dissolve na água, quanto o frágil aerogel.
Os resultados foram positivos: a substância obtida é forte o suficiente para uso comercial e é biodegradável- quase 1/3 do material foi degradado em 30 dias.
Se aceito na indústria, o aerogel de argila com proteína de leite pode substituir, sem prejuízos, o poliestireno- material derivado do petróleo, muito usado no Brasil para produção do poluente isopor.
E também pode tomar lugar do poliuretano rígido, que é matéria-prima para a fabricação de, por exemplo, cadeiras e mesas de plástico.
Mas a ideia dos cientistas é que o novo produto seja usado principalmente em embalagens de produtos e também como isolante térmico.
Outra novidade positiva é o salto qualitativo do plástico feito com base em aerogel, em comparação com outros plásticos "verdes" já testados, com base por exemplo em amido ou trigo.
"O aerogel tem grande índice de biodegradação", escreveram os cientistas, liderados por David Schiraldi, da Universidade Case Western Reserve, em Ohio (EUA).
"E essas taxas aumentaram com a mudança na estrutura das caseínas."
(Sabine Righetti - Folha de SP)
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