Uma nova espécie de macaco zogue-zogue (Callicebus caquetensis) foi descoberta recentemente em uma expedição científica à Amazônia, anunciou a ONG Conservação Internacional (CI).
Os pesquisadores da Universidade Nacional da Colômbia que descobriram o primata já consideram a espécie extremamente ameaçada, uma vez que sua população é bastante reduzida e a floresta onde vive está sendo destruída.
A descoberta, anunciada nesta quinta-feira no jornal científico “Primate Conservation”, foi feita pelos professores Thomas Defler e Marta Bueno e pelo estudante Javier García, após uma expedição realizada em 2008 ao Estado colombiano de Caquetá, que fica perto da fronteira com o Equador e o Peru.
A expedição aconteceu mais de três décadas depois que Martin Moynhian, conhecido especialista em comportamento animal, visitou a região e fez os primeiros relatos da espécie.
Guerrilhas - Durante muitos anos, foi impossível viajar a Caquetá devido à presença de guerrilhas armadas. Quando a violência diminuiu há cerca de três anos, Javier García, nativo da região, pôde viajar para a cabeceira do Rio Caquetá e, por meio de caminhadas e uso de GPS encontrou 13 grupos da nova espécie.
O grupo dos macacos zogue-zogue (também chamados no Brasil de guigó ou sauá) possui um dos chamados (sons emitidos pelos macacos) mais complexos do reino animal e o utilizam toda manhã para anunciar o seu território.
“Esta descoberta é extremamente empolgante porque nós tínhamos ouvido falar desse animal, mas por muito tempo não podíamos confirmar se era diferente dos outros zogue-zogue. Agora, sabemos que é uma espécie única, e isso mostra a rica variedade de vida que ainda está por ser descoberta na Amazônia”, informa o Dr. Defler.
Essa recém-descoberta espécie, entretanto, já tem sua sobrevivência ameaçada. Acredita-se que existem menos de 250 zogue-zogue de Caquetá, ao passo que uma população saudável deveria estar em torno de milhares de indivíduos.
A principal razão para esse número reduzido é a destruição das florestas da região que têm sido abertas para plantios agrícolas. Isso diminui drasticamente as áreas para esses animais se reproduzirem, encontrarem alimentos e sobreviverem.
(Fonte: Folha.com)
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