O terremoto devastador que atingiu o Haiti no começo do ano foi provocado por uma falha geológica anteriormente desconhecida, disseram cientistas da Purdue University, do Estado de Indiana, nos Estados Unidos.
Segundo os pesquisadores, que apresentaram seus resultados em um encontro científico em Foz do Iguaçu (PR), a descoberta pode ser o primeiro sinal de um sistema maior de falhas geológicas na região.
A falha de Enriquillo, que passa pela capital do Haiti, Porto Príncipe, havia sido originalmente apontada como a origem do terremoto de janeiro.
Entretanto, usando equipamentos como GPS e radar, o pesquisador Eric Calais e seus colegas da Purdue University foram capazes de mostrar que o padrão de movimento no sismo foi incompatível com o deslizamento em uma falha vertical como a de Enriquillo.
Cálculos mostraram que a única maneira de relacionar os dados coletados ao ocorrido era por meio do mapeamento de uma nova falha, levemente inclinada, a 60 graus na direção norte em relação à Enriquillo.
Essa falha previamente desconhecida somente foi revelada aos cientistas pelo próprio terremoto.
Nível de risco
Eric Calais explicou que o fato de que não houve quebras na superfície ao longo da falha de Enriquillo foi a primeira pista de que o terremoto no Haiti foi mais complexo do que se pensava anteriormente.
Em meio à destruição provocada pelo tremor, os cientistas levaram vários meses para juntar dados para tentar explicar o que realmente ocorreu no país.
Calais disse à BBC que a busca e o estudo do sistema de falhas geológicas ao qual pode estar associada a falha descoberta é crucial para determinar “o nível de risco para o Haiti no longo prazo”.
“O deslizamento de uma falha durante um terremoto altera o nível de risco na região de uma maneira que depende da localização da falha, da geometria e do deslizamento”, disse.
“Em algumas áreas o risco pode ser levemente elevado, em outras vai ser reduzido. Há pesquisas em andamento sobre quais as consequências específicas do tremor para o sul do Haiti”, afirmou.
O terremoto em janeiro matou mais de 200 mil pessoas e deixou 1,5 milhão de pessoas desabrigadas no país caribenho.
(Fonte: G1)
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