As duas próximas usinas nucleares a serem construídas no Brasil ficarão localizadas às margens do rio São Francisco, que corta parte da região Nordeste, indicam estudos técnicos que serão levados à decisão política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros responsáveis pelo programa nuclear brasileiro.
O programa nuclear prevê a construção de mais quatro usinas de 1.000 MW até 2030, duas no Nordeste e duas no Sudeste -onde os estudos estão mais atrasados. No Nordeste, a estatal Eletronuclear analisou a possibilidade de construção em 20 locais de quatro Estados: Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Mas áreas próximas ao litoral foram descartadas por causa da existência de grandes reservatórios subterrâneos de água, apurou a Folha.
A presença de aquíferos é um dos fatores que condenam a instalação de usinas nucleares, que, no entanto, precisam contar com grande oferta de água para o resfriamento do combustível usado, à base de urânio enriquecido. Outros critérios levados em conta nos estudos da Eletronuclear foram estrutura geológica estável, proximidade de linhas de transmissão de energia, baixa concentração populacional e condições adequadas de infraestrutura, como estradas.
A escolha do local levará em conta as indicações técnicas e também critérios políticos. Os governadores dos quatro Estados disputam o investimento de bilhões de dólares. A decisão deverá ser tomada pelo governo federal até março, prevê o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.
A construção de usinas nucleares às margens do São Francisco já havia sido estimulada no passado pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), antes de o governo decidir erguer mais duas usinas no Nordeste até 2030. Os principais argumentos foram a disponibilidade de água e o fato de o Nordeste precisar atrair investimentos para aumentar a renda da região.
O rio São Francisco já é base da maior obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) bancada com dinheiro dos tributos arrecadados pela União. A transposição do São Francisco prevê o desvio de parte das águas do rio para regiões do semiárido de quatro Estados nordestinos: Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A primeira parte da obra deve ser inaugurada até o fim do ano.
Como qualquer outro empreendimento de infraestrutura, a instalação das usinas no Nordeste dependerá da emissão de licença ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Embora o governo preveja a construção das duas usinas no NE a partir de 2014, quando está prevista a inauguração de Angra 3, os estudos coordenados pela Eletronuclear são para a criação de uma central nuclear com seis usinas de 1.000 MW cada uma. As demais quatro usinas da região seriam erguidas nas décadas seguintes.
Lobby - O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), é quem faz o lobby mais aberto na disputa pelas usinas. "Alagoas tem o mais baixo índice de desenvolvimento humano do país, por isso reivindicamos com muita força esse empreendimento", disse o governador. "Todos querem, é claro."
Dos quatro governadores que disputam as usinas, ele é o único de um partido da oposição ao governo federal. Marcelo Déda (PT), de Sergipe, Jaques Wagner (PT), da Bahia, e Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco, já manifestaram interesse em abrigar as usinas.
Wagner e Campos defenderam a instalação das usinas na fronteira dos dois Estados, às margens do São Francisco, em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), mas a proposta enfrenta obstáculos legais.
Drausio Atalla, supervisor da Presidência da Eletronuclear para Novas Usinas, calcula que as usinas de Angra dos Reis tenham sido responsáveis pelo aumento da arrecadação de impostos em cerca de R$ 500 milhões, além da criação de milhares de empregos. Para ele, a instalação de usinas nucleares poderia "alavancar o desenvolvimento" no Nordeste.
(Fonte: Folha de S. Paulo)
1 Comentários
Excelente tema.
ResponderExcluirPaíses do primeiro mundo, como a Alemanha, a Energia Nuclear está com seus dias contados.
Este projeto está abandonado pois mostrou-se ineficaz perante ao enorme risco e principalmente pela nefasta destruição do do meio ambiente, causado pelo lixo radioativo.
Ao construirmos esta novas Usinas Nucleares, estaremos importando o Lixo de uma Tecnologia atrasada.
O Nordeste, não precisa "alavancar o desenvolvimento", como disse nosso nobre Drausio Atalla, supervisor da Presidência da Eletronuclear para Novas Usinas, com Lixo Atômico. O Nordeste com sua beleza natural, de seu turismo, seu cerrado e seus rios não precisam desta destruição.
Pela palavras deste senhor, acho que ele não deve apoiar o Projeto Ficha Limpa do Congresso Nacional, pois seu nome deve estar sujo, juntamente com o lixo atômico. Provavelmente deve morar no Sudeste, longe de se expor a possíveis Chernobíis.
Além de políticos corruptos, quem mais se beneficiaria com estes projetos idiotas e ultrapassados?
Devemos começar imediatamente uma campanha internacional no Brasil, apoiada por entidades não governamentais e por todas as formas e forças para banir a insensatez dos interesses escusos e rasteiros de políticos interessados apenas nas oportunidades de poder e enriquecimento ilícito. Parabéns pela iniciativa e o Rio São Francisco não deve ser penalizado mais uma vez por idiotas de plantão.
Abraços
Marco Antonio Duarte
conseguencias Seja pela ineficiência, pelo risco mas é principalmente p
A sucata dos seus reatores tem de ser transferida para algum lugar
Este desejo de implantação da energia nuclear, nada mais
no Brasil, a sucata destes projetos batem a nossa porta
os políticos corruptos, que só vêem a oportunidade de roubarem e se enriquecerem com enormes subornos é mais uma chance d sucata de uma energia
Olá, agradecemos sua visita. Abraço.