Micróbios enterrados em um cristal de sal sobreviveram por 30 mil anos pela alimentação de restos de algas que estavam presos junto a eles. Este é o exemplo mais convincente até então para estipular a sobrevivência a longo prazo.
Brian Schubert, microbiologista da Universidade do Havaí, estudou junto a colegas os cristais de sal em núcleos de sedimentos provenientes da região de Death Valley, na Califórnia.
Os cristais continham bolsões de líquido minúsculos, e o grupo descobriu que eles podiam crescer e viver em colônias pré-cambrianas, a partir de amostras delas.O grupo identificou o líquido com uma idade entre 22 mil e 34 mil anos, de acordo com um estudo publicado na revista "Geology".
Não se trata da primeira vez que micróbios cultivados em bolsões de líquidos presos dentro de sal são encontrados; um grupo anunciou que encontrou um líquido cuja idade chegaria a 250 milhões de anos.
Os resultados, no entanto, foram questionados, porque, como cristais de sal podem se dissolver e se cristalizar ao longo do tempo, eles podem prender micróbios modernos.
Em contraste, Schubert diz que a estrutura dos seus cristais indica que eles se formaram em um lago hiperssalino.
Como não houve um lago permanente em Death Valley pelo menos nos últimos 10 mil anos, isso sugere que a recristalização não tenha ocorrido, apoiando a ideia de que os cristais - e, portanto, os micróbios dentro deles - são, na verdade, tão velhos quanto parecem, afirma Robert Hazem, do Instituto de Ciência de Carnegie, em Washington, que é um cético quanto aos estudos anteriores.
Alimento - Além disso, Schubert acha que pode explicar como seus micróbios conseguiram permanecer vivos por tanto tempo. Cada cristal continha micróbios pré-cambrianos vivos também continham células mortas de uma alga conhecida como Dunaliella, comum em lagos salgados, e que contém altas concentrações de glicerol. O grupo sugere que o glicerol escoou para fora das células, e que os micróbios pré-cambrianos viveram disso.
Células da Dunaliella são tão boas como alimento que os micróbios poderiam viver muito mais do que 30 mil anos, diz Schubert. Ele calcula que uma única célula de Dunaliella contenha glicerol suficiente para atender as necessidades mínimas de um micróbio pré-cambriano por 12 milhões de anos.
Se assim for, é plausível que os micróbios possam sobreviver dentro de cristais de sal por centenas de milhões de anos, conforme estudos anteriores têm observado. Embora, como Schubert alerta, "é um salto muito grande ir de 30.000 anos para 250 milhões de anos".
(Fonte: Folha Online)
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