Interferir na vida sexual dos mosquitos ajuda a interromper a propagação da malária, segundo um estudo britânico. Um estudo feito a partir da espécie de mosquito Anopheles gambiae - essencialmente vetora da transmissão da malária na África - mostrou que, devido ao fato destes mosquitos acasalarem apenas uma vez em seu ciclo vital, controlar este processo pode reduzir dramaticamente o número populacional do inseto.
Pesquisadores do Imperial College London descobriram que o "tampão genital", usado por mosquitos machos para garantir que seu esperma fique no lugar certo na fêmea, é essencial para ela possa fertilizar seus ovos durante seu tempo de vida.
Sem o tampão genital, o esperma não fica armazenado corretamente, e a fertilização é interrompida, segundo escreveu o grupo na revista "PLoS". "O tampão tem uma função importante na fertilização da fêmea para armazenar esperma com sucesso, no lugar certo dentro dela, e também é vital para o sucesso da reprodução", escreveram os cientistas." Remover ou interferir no tampão genital faz a cópula ineficaz. A descoberta pode ser usada para desenvolver novas formas de controle da população do mosquito Anopheles gambiae, a fim de limitar a propagação da malária."
Pesquisa - A equipe de cientistas analisou a composição do tampão genital, e descobriu que ele é formado quando uma enzima, denominada transglutaminase, interage com proteínas no sêmen do mosquito macho.
A interação faz com que o fluido coagule, para então se tornar uma massa sólida e gelatinosa, conhecida como tampão genital.
Quando pesquisadores extraíram a enzima em mosquitos machos no laboratório, o tampão não se formava - logo, a reprodução era falha durante a cópula.
Caso este processo possa ser desenvolvido para uso - talvez na forma de um spray inseticida - poderá, também, "induzir efetivamente a esterilidade no mosquito fêmea", segundo escreveram cientistas.
Por volta de 40% da população mundial vive sob risco da malária, doença potencialmente fatal que é transmitida pela picada de mosquito.
A patologia mata mais de um milhão de pessoas no mundo a cada ano - crianças correspondem a 90% das mortes nas partes mais afetadas, como a África Subsaariana e partes da Ásia.
(Fonte: Folha Online)
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