Em contato com outro vírus, H1N1 se sobressai e não sofre mutação; segundo estudo, isso evita a formação de uma nova superdoença
Coloque o vírus da gripe suína numa sala com outras versões do causador da influenza e eles não se juntarão para formar uma nova superdoença. Em vez disso, a gripe suína simplesmente derrotará as outras, diz um estudo publicado ontem no site PLoS Currents: Influenza (www.ploscurrents.org), criado pela Public Library of Science para compartilhar informações científicas sobre a doença.
Os pesquisadores da Universidade de Michigan infectaram furões com várias versões da gripe para investigar os temores de que a suína poderia se fundir às outras e gerar um vírus mais letal. Mas o vírus da gripe suína, o H1N1, não sofreu mutações - análise da secreção nasal dos furões mostrou que não houve troca genética.
Os animais que receberam os dois tipos de vírus, no entanto, foram os que ficaram pior. E eles também passaram facilmente o vírus da gripe suína para os vizinhos - com muito mais facilidade do que transmitiram a gripe sazonal. Em outras palavras, não é surpreendente que a gripe suína tenha se tornado a forma dominante da doença em todo o mundo.
Por enquanto, ela não sofre pressão evolucionária para desenvolver mutações, pois tem uma clara vantagem biológica sobre os vírus concorrentes, concluiu a equipe do virologista Daniel Perez. No entanto, o estudo, financiado pelo NIH, órgão americano responsável pela pesquisa em saúde, comprova a facilidade de disseminação do vírus, reforçando a preocupação das entidades internacionais em relação à pandemia.
"Os resultados sugerem que a gripe 2009 H1N1 pode derrotar em competição as cepas das sazonais e ser mais contagiosa também", disse o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, ligado ao NIH.
"Esses novos dados, embora sejam preliminares, destacam a necessidade de vacinar contra a gripe sazonal e contra a suína no outono e no inverno deste ano", afirmou Fauci. As estações frias do ano começam neste mês no hemisfério norte.
Os Estados Unidos já adquiriram a vacina contra a gripe sazonal para proteger a população e planejam obter a imunização contra a suína em outubro. O país acompanhou de perto o rápido avanço da doença no hemisfério sul, na esperança de obter informações valiosas para os surtos que devem ocorrer nos países temperados nos próximos meses.
A Austrália mereceu especial atenção, pois conta com uma infraestrutura semelhante à existente nos países desenvolvidos do hemisfério norte. Durante o inverno australiano, oito em cada dez pessoas com influenza foram contaminadas pelo H1N1. Há indícios de que a letalidade é semelhante à da gripe comum, mas os casos graves costumam estar associados a pessoas jovens.
Mortes no sul
O Rio Grande do Sul confirmou mais 6 mortes por gripe suína, totalizando 105 desde o início da pandemia. Em Santa Catarina, houve mais 12 confirmações. O Paraná, que registrou outras 17, é o Estado da região mais afetado: 195 mortos. (AP)
Coloque o vírus da gripe suína numa sala com outras versões do causador da influenza e eles não se juntarão para formar uma nova superdoença. Em vez disso, a gripe suína simplesmente derrotará as outras, diz um estudo publicado ontem no site PLoS Currents: Influenza (www.ploscurrents.org), criado pela Public Library of Science para compartilhar informações científicas sobre a doença.
Os pesquisadores da Universidade de Michigan infectaram furões com várias versões da gripe para investigar os temores de que a suína poderia se fundir às outras e gerar um vírus mais letal. Mas o vírus da gripe suína, o H1N1, não sofreu mutações - análise da secreção nasal dos furões mostrou que não houve troca genética.
Os animais que receberam os dois tipos de vírus, no entanto, foram os que ficaram pior. E eles também passaram facilmente o vírus da gripe suína para os vizinhos - com muito mais facilidade do que transmitiram a gripe sazonal. Em outras palavras, não é surpreendente que a gripe suína tenha se tornado a forma dominante da doença em todo o mundo.
Por enquanto, ela não sofre pressão evolucionária para desenvolver mutações, pois tem uma clara vantagem biológica sobre os vírus concorrentes, concluiu a equipe do virologista Daniel Perez. No entanto, o estudo, financiado pelo NIH, órgão americano responsável pela pesquisa em saúde, comprova a facilidade de disseminação do vírus, reforçando a preocupação das entidades internacionais em relação à pandemia.
"Os resultados sugerem que a gripe 2009 H1N1 pode derrotar em competição as cepas das sazonais e ser mais contagiosa também", disse o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, ligado ao NIH.
"Esses novos dados, embora sejam preliminares, destacam a necessidade de vacinar contra a gripe sazonal e contra a suína no outono e no inverno deste ano", afirmou Fauci. As estações frias do ano começam neste mês no hemisfério norte.
Os Estados Unidos já adquiriram a vacina contra a gripe sazonal para proteger a população e planejam obter a imunização contra a suína em outubro. O país acompanhou de perto o rápido avanço da doença no hemisfério sul, na esperança de obter informações valiosas para os surtos que devem ocorrer nos países temperados nos próximos meses.
A Austrália mereceu especial atenção, pois conta com uma infraestrutura semelhante à existente nos países desenvolvidos do hemisfério norte. Durante o inverno australiano, oito em cada dez pessoas com influenza foram contaminadas pelo H1N1. Há indícios de que a letalidade é semelhante à da gripe comum, mas os casos graves costumam estar associados a pessoas jovens.
Mortes no sul
O Rio Grande do Sul confirmou mais 6 mortes por gripe suína, totalizando 105 desde o início da pandemia. Em Santa Catarina, houve mais 12 confirmações. O Paraná, que registrou outras 17, é o Estado da região mais afetado: 195 mortos. (AP)
(O Estado de SP, 2/9)
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