Espécie descoberta, de 3 metros, vivia há 130 milhões de anos
Reinaldo José Lopes escreve para a "Folha de SP":
O passado do dinossauro mais famoso do mundo é totalmente diferente do que os cientistas andavam imaginando há décadas. O culpado pela reviravolta é o (relativamente) pequeno Raptorex kriegsteini, de 3 m e 130 milhões de anos de idade, que só pode ser descrito como uma miniatura, nos menores detalhes, dos tiranossauros. A descoberta, descrita na edição eletrônica da revista "Science", deixou boquiabertos os próprios paleontólogos que descreveram o bicho.
"Como toda criança sabe, os tiranossauros tinham uma cabeça gigantesca e patas da frente pateticamente pequenas", diz Stephen Brusatte, do Museu Americano de História Natural. "Todo mundo achava que esses traços estranhos eram consequência do tamanho gigantesco [12 m e 6 toneladas] que esses bichos atingiram. O Raptorex acaba com essa ideia", diz o paleontólogo, que é coautor da pesquisa.
"Lembre-se de que o Tyrannosaurus rex só viveu há 65 milhões de anos. O que nós estamos vendo é que o mesmo design estava disponível desde muito antes. Esses traços provavelmente surgiram num predador ágil, corredor, que usava suas imensas mandíbulas para arrancar pedaços das vítimas. Era isso que definia os tiranossauros: eles eram bocarras com pernas, basicamente", completa Paul Sereno, da Universidade de Chicago, que também assina o estudo.
Esse design deu tão certo que os sucessores do Raptorex viraram os únicos predadores do hemisfério Norte nos últimos 25 milhões da era dos dinossauros.
Além da importância puramente científica do achado, a descoberta também serviu como um golpe contra o comércio ilegal de fósseis. Sereno conta que o fóssil chegou às suas mãos por meio de um colecionador, o médico Henry Kriegstein.
"Esse fóssil foi obtido na China na calada da noite, contrabandeado e comprado aqui nos EUA. Kriegstein pediu que eu descrevesse a espécie. Eu disse que topava, mas apenas se o fóssil fosse devolvido à China", afirma Sereno. Dois pesquisadores chineses, aliás, também assinam a descrição da espécie.
Reinaldo José Lopes escreve para a "Folha de SP":
O passado do dinossauro mais famoso do mundo é totalmente diferente do que os cientistas andavam imaginando há décadas. O culpado pela reviravolta é o (relativamente) pequeno Raptorex kriegsteini, de 3 m e 130 milhões de anos de idade, que só pode ser descrito como uma miniatura, nos menores detalhes, dos tiranossauros. A descoberta, descrita na edição eletrônica da revista "Science", deixou boquiabertos os próprios paleontólogos que descreveram o bicho.
"Como toda criança sabe, os tiranossauros tinham uma cabeça gigantesca e patas da frente pateticamente pequenas", diz Stephen Brusatte, do Museu Americano de História Natural. "Todo mundo achava que esses traços estranhos eram consequência do tamanho gigantesco [12 m e 6 toneladas] que esses bichos atingiram. O Raptorex acaba com essa ideia", diz o paleontólogo, que é coautor da pesquisa.
"Lembre-se de que o Tyrannosaurus rex só viveu há 65 milhões de anos. O que nós estamos vendo é que o mesmo design estava disponível desde muito antes. Esses traços provavelmente surgiram num predador ágil, corredor, que usava suas imensas mandíbulas para arrancar pedaços das vítimas. Era isso que definia os tiranossauros: eles eram bocarras com pernas, basicamente", completa Paul Sereno, da Universidade de Chicago, que também assina o estudo.
Esse design deu tão certo que os sucessores do Raptorex viraram os únicos predadores do hemisfério Norte nos últimos 25 milhões da era dos dinossauros.
Além da importância puramente científica do achado, a descoberta também serviu como um golpe contra o comércio ilegal de fósseis. Sereno conta que o fóssil chegou às suas mãos por meio de um colecionador, o médico Henry Kriegstein.
"Esse fóssil foi obtido na China na calada da noite, contrabandeado e comprado aqui nos EUA. Kriegstein pediu que eu descrevesse a espécie. Eu disse que topava, mas apenas se o fóssil fosse devolvido à China", afirma Sereno. Dois pesquisadores chineses, aliás, também assinam a descrição da espécie.
(Folha de SP, 18/9)
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