Recife está entre as regiões mais ameaçadas pelo avanço do mar


Nas duas últimas semanas, os temas Aquecimento Global e Mudanças Climáticas estiveram em destaque nos principais veículos de comunicação. A Conferência do Clima em Copenhague teve a difícil tarefa de reunir propostas e opiniões de pelo menos 190 países sobre o futuro do planeta Terra. Um assunto tão complexo como este envolve fundos gigantescos e mudanças de atitude de toda a humanidade.

As mudanças no mundo resultado das alterações climáticas já estão acontecendo independente das previsões futuras. Uma série de reportagens reunidas nesta semana pretende mostrar um pouco dos efeitos do clima em nosso planeta.
O aumento do nível dos oceanos e o avanço do mar estão entre os assuntos mais discutidos pelos especialistas em clima. No litoral brasileiro, a região metropolitana do Recife é considerada uma das mais vulneráveis ao aumento do nível do mar.

A cidade se expandiu ao longo dos anos e mais de 80% das casas, prédios e outras construções estão concentradas a menos de 30 metros da faixa litorânea. A região está a apenas quatro metros acima do nível do mar e toda banhada por rios. Popularmente, os recifenses chamam o Recife de “Veneza brasileira”.

Um estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) analisou todo o litoral brasileiro e apontou as quatro regiões de maior risco de inundação no futuro com o aumento do nível do mar. São elas, o Recife, o Rio de Janeiro, Santa Catarina e a Baixada Santista. As projeções levaram em conta o aumento do nível do mar em 50 centímetros e em um metro. O Recife aparece na posição mais desfavorável nas duas opções.

O resultado é preocupante. No caso de um aumento do nível do mar em meio metro, cidades da região metropolitana teriam 40 quilômetros quadrados de área inundada. Na hipótese de um metro, a água chegaria a quase 54 quilômetros quadrados.

Hoje, nem os diques artificiais estão conseguindo conter o avanço do mar no Recife. A orla já registra estragos. Alguns trechos da praia de Boa Viagem, a principal da capital, desapareceram nos últimos 14 anos. A cidade histórica de Olinda também enfrenta uma situação crítica, onde 59% da faixa de areia já foi perdida, de acordo com os pesquisadores.

(Facesp)

Postar um comentário

1 Comentários

Olá, agradecemos sua visita. Abraço.