Condomínio solar com foco em PMEs será instalado na Bahia

Um condomínio de casas dotado de uma usina solar, onde são adquiridos lotes de tamanhos e potencial de geração diferentes. 

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Esta é a ideia central por trás de um projeto concebido por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia em 2015 e que será construído em Bom Jesus da Lapa (BA) entre setembro e novembro de 2016.
O empreendimento da empresa baiana Cosol - Condomínio Solar vai demandar investimentos da ordem de R$ 30 milhões e disponibilizará cerca de mil lotes — de tamanhos e potencial de geração diferentes (5,10 e 33,3 kWp) — onde serão implantadas as placas fotovoltaicas.

Os lotes podem ser alugados ou comprados por pequenas e médias empresas, como padarias, academias de ginástica, restaurantes e lojas de shopping, de qualquer região do estado, conectadas à rede da concessionária de energia local (Coelba). O projeto, com capacidade de 5 MW, vai utilizar o sistema de compensação de energia, previsto na resolução 482 da Aneel. Funciona assim: a energia produzida no condomínio será injetada na rede de distribuição, gerando créditos que serão descontados na conta de energia dos participantes, barateando em cerca de 80% o valor da conta de luz.


Atualmente doutorando em Energia e Ambiente pela UFBA, ele destaca a vantagem da região se comparada a outras zonas do estado. “No litoral, por exemplo, a nebulosidade bloqueia uma parte da radiação. Os melhores níveis de insolação encontram-se no semiárido nordestino. A diferença chega até 20%, e isto determinará o retorno do investimento dos adquirentes”, garante o pesquisador.“A potência do sol é variável a depender da localização geográfica”, explica o principal idealizador do projeto, o economista húngaro Csaba Sulyok. 


Condomínio solar


O professor Ednildo Andrade Torres também aposta na nova modalidade. “O condomínio solar junta todos os benefícios que a tecnologia e o mercado podem oferecer. Energia limpa, sustentável e econômica”, comenta.


A captação de clientes será feita até agosto. A ideia é que a produção de energia comece em dezembro. Os interessados podem adquirir os lotes com capital próprio ou por intermédio de financiamento bancário de instituições públicas como o BNDES e Banco do Nordeste, que têm linhas de créditos verdes e taxas mais competitivas. Como em um condomínio de casas, também é possível vender, comprar ou alugar cada lote.

Sol forte


Conforme o EcoD noticiou em janeiro, o número de residências no Brasil com geração solar distribuída quadruplicou em 2015, no comparativo com 2012. No ano passado eram 1.307 novas adesões de consumidores, somando uma potência instalada de 16,5 megawatts (MW) e totalizando 1.731 conexões.


Apenas entre novembro e dezembro, após a aprovação das alterações na Resolução Normativa Aneel 482/2012 e o Lançamento do Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD), houve crescimento de 73% nos projetos, que registravam mil unidades em outubro.

(Fonte: ECOD)