Espanhóis simplificam processo de geração de células-tronco humanas

Uma equipe de pesquisadores do Centro de Medicina Regenerativa de Barcelona (CMRB), dirigidos pelo cientista Juan Carlos Izpisúa, informou que simplificou o processo para gerar células-tronco a partir de células adultas humanas.


A pesquisa, que promete facilitar a obtenção de células-tronco humanas através de células do próprio paciente mediante o uso de compostos químicos, é uma ampliação dos trabalhos realizados pela equipe do prêmio Nobel japonês Shinya Yamanka.

As células-tronco são um elemento-chave para que a medicina regenerativa se torne uma realidade nos hospitais, já que são capazes de transformar-se em qualquer tipo de célula no organismo, chamada pelos cientistas de pluripotência.

Segundo explicou  o CMRB, existem dois tipos de células pluripotentes: as células-tronco embrionárias, que são células imaturas que nunca se diferenciaram em um tipo celular específico e as células-tronco de pluripotência induzida.

Estas últimas são células adultas reprogramas para voltar a um estado indiferenciado, que podem ser criadas a partir de células do próprio paciente, evitando assim a rejeição imunológica, e não implicando na destruição de embriões restantes de tratamentos de fecundação in vitro.

Até agora, segundo o CMRB, só se achava ser possível produzir células IPS usando uma fórmula muito restrita, que não permitia nenhuma variação, o que limitava o potencial para a aplicação terapêutica.

A pesquisa da equipe de Izpisúa, publicada pela revista especializada Cell Stem Cell, demonstra que a receita para obter células IPS “é muito mais versátil do que se imaginava”. Pela primeira vez, foi substituído um gene considerado essencial, o que vai facilitar o processo de obtenção de células-tronco por métodos mais seguros que potencialmente poderão ser transferidos à prática clínica.

“Em nosso trabalho identificamos novos genes, não descritos anteriormente como indutores da reprogramação nem típicos de células-tronco, que permitem reprogramar as células somáticas a um estado de pluripotência”, explicou Izpisúa.

“Esta descoberta pode definir projetos de protocolos de reprogramação mais seguros o que pode reduzir o risco de transformação cancerígena”, detalhou o cientista.

Em 2006, a equipe de Shinya Yamanaka descobriu um método para obter células-tronco pluripotentes a partir de células diferenciadas adultas de rato e, em 2007, utilizou o mesmo método com células humanas, o que lhe valeu o prêmio Nobel.

Izpisúa é o diretor do Centro de Medicina Regenerativa de Barcelona, criado em 2006 na Espanha e que se transformou em um centro de referência mundial após seis anos de pesquisa em células-tronco induzidas com o objetivo de aplicar estas células a doenças degenerativas.

Nos últimos anos, os cientistas do CMRB conseguiram gerar células-tronco IPS a partir de fibroblastos, queratinocitos, células de cordão umbilical e células do sangue humano, entre outros tipos celulares.

 (Fonte: UOL)