Pombos-correio criam “mapas mentais” para se localizar no espaço e
determinar suas rotas. Essa foi a conclusão de uma pesquisa feita pela
Universidade de Zurique e publicada no periódico “Journal of Experimental
Biology”.
Uma hipótese para explicar por que os pombos sempre conseguem voltar
para casa é a de que eles são capazes de comparar as coordenadas de onde estão
com as coordenadas de casa e, a partir disso, vão simplesmente reduzindo essa
distância até atingirem novamente o ponto inicial. O que essa pesquisa propõe é
que eles têm uma compreensão mais abrangente sobre o local onde estão em
relação à sua casa.
Para chegar a esse resultado, uma turma de pombos-correio foi treinada
para chegar a um local onde teriam acesso à comida, a uma distância de 25 a 30
quilômetros. Um total de 131 pombos – parte dos quais estava faminta e parte,
saciada – foram soltos de um ponto que não conheciam e que se encontrava à
mesma distância do local da comida e do local de moradia das aves.
A rota de voo de cada um dos pombos foi rastreada por meio de aparelhos
de GPS amarrados em seus corpos. Como resultado, foi observado que as
trajetórias escolhidas por pássaros famintos e pássaros saciados foram muito
diferentes em todos os pontos de soltura.
Os aparelhos de GPS revelaram que, enquanto os esfomeados foram direto
para o local de alimentação, voando em seguida para casa, os saciados
escolheram ir direto para a moradia. Entre os famintos, alguns fizeram uma rota
direta até a comida. Outros precisaram corrigir a direção depois de desvios ocasionados
pela topografia.
De acordo com os pesquisadores, isso demonstra que os pombos sabiam sua
posição geográfica em relação aos dois pontos – a comida e a casa – e
escolheram deliberadamente um “plano de voo” de acordo com suas necessidades
naquele momento.
(Fonte: G1)