Uma nova técnica de microscopia permitiu medir pela primeira vez a eletricidade que flui por sinapses individuais, as conexões entre as células do sistema nervoso.
O maior desafio foi isolar a sinapse individual, para que sua corrente fosse medida com precisão pela primeira vez.[Imagem: Pavel Novaksend et al./Neuron]
Eletricidade das sinapses
As junções nos sistemas nervosos centrais, que permitem o fluxo de informação entre os neurônios, são os alvos das chamadas máquinas controladas pelo pensamento e de novas tecnologias de diagnóstico médico.
O problema é que elas são tão minúsculas e intrincadas que é difícil visualizá-las isoladamente - quanto mais medir sua atividade elétrica.
Pavel Novaksend, da Universidade Queen Mary, na Inglaterra, superou o desafio usando uma ponta de varredura de um microscópio eletrônico com uma resolução suficiente para permitir a visualização tridimensional da conexão entre dois neurônios.
Isso permitiu que medir pela primeira vez o fluxo de corrente nos minúsculos terminais sinápticos.
Trata-se de uma corrente iônica, disparada pelo influxo de íons Ca2+ através dos chamados canais de cálcio dependentes da tensão (ou VGCCs, sigla do inglês voltage-gated calcium channels).
O valor de pico da corrente de Ca2+ foi de 4,4 picoAmperes por micrômetro quadrado.
A pesquisa abre uma nova perspectiva para os estudos sobre a atividade neuronal em escala nanométrica.
O dado é essencial, por exemplo, para alimentar os modelos digitais do cérebro que estão sendo objeto de vários projetos internacionais, como o Projeto Cérebro Humano.
(Inovação Tecnológica)