Biólogos alemães identificaram nas florestas de Madagascar duas novas espécies de lêmures do gênero Microcebus, que reúne as menores espécies de primatas do mundo e estão também entre as mais ameaçadas.
Os cientistas descobriram estes minúsculos primatas, que pesam menos de uma centena de gramas, durante visitas de campo realizadas em Madagascar em 2003 e 2007, explicou em um comunicado o Centro alemão de primatas.
Mas ainda será preciso fazer uma bateria de testes com o DNA materno nas amostras coletadas para identificá-las formalmente como duas novas espécies diferentes, que tem seus nomes revelados em um estudo publicado esta terça-feira no periódico International Journal of Primatology.
São elas o Microcebus tanosi, com a cabeça vermelha e relativamente grande quando comparada com outros “lêmures ratos” do mesmo gênero, e o Microcebus marohita, de cauda longa e espessa e pés grandes.
Como todos os seus primos, estes lêmures de Madagascar estão atualmente entre os primatas mais ameaçados do planeta, em virtude da destruição de seu hábitat e da caça ilegal. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN, na sigla em inglês), Madagascar perdeu 11 milhões de hectares de florestas nos últimos 20 anos.
Em um relatório publicado no ano passado, o organismo destacou que o lêmure mais raro do mundo, o lêmure-esportivo-do-norte (Lepilemur septentrionalis) não contava com mais de 19 espécimes vivos.
Em virtude de seu isolamento geográfico, a totalidade dos primatas de Madagascar é de espécies endêmicas, assim como 90% de suas plantas e 80% de seus anfíbios e répteis. Os cientistas descobrem lá periodicamente novos animais, e o número de espécies de lêmures identificados mais que triplicou durante a última década.
(Fonte: Terra)