Google lança YouTube EDU no Brasil, em parceria com a Fundação Lemann

Curadoria de conteúdo está em alta, e a própria equipe do Youtube no país anda fazendoincursões na área, depois de ter percebido que a chancela da própria equipe e de parceiros tem ajudado a aumentar o acesso a determinados canais.
Foi assim com a Semana da Comédia, que reuniu as maiores feras do humor. E será assim no YouTube EDU, iniciativa inspirada no canal já existente nos Estados Unidos, que aqui contará com o trabalho de profissionais coordenados pela Fundação Lemann para selecionar e organizar os milhares de vídeos já disponibilizados pelo Youtube na categoria Educação, uma das que mais cresce em audiência, segundo Flavia Simon, Diretora de Marketing do Google Brasil. "São, ao todo, cerca de 250 canais e 93 mil vídeos no Brasil", diz ela.
No ar desde a manhã desta quinta-feira, 21/10, em www.youtube.com/edu, a plataforma já oferece 8 mil vídeos selecionados, de 26 canais educacionais de grande popularidade, como o Khan Academy, o Vestibulândia  e o Biologia Total. Todos gratuitos, direcionados a estudantes do ensino médio, agrupados em cinco disciplinas, incialmente: Biologia, Física, Química, Matemática e Língua Portuguesa. Cada uma delas cobrindo poucos temas.. Em Biologia, por exemplo, já estão disponíveis videoaulas sobre Evolução, Genética, Saúde, Seres vivos e Ecologia. Em Física, Calor e Termodinâmica, Mecânica, Metodologias. Física Moderna e Eletricidade e Magnetismo.
A intenção é, já em 2014, cobrir todas as disciplinas do ensino médio e estender a curadoria para conteúdos dirigidos ao ensino fundamental e ao ensino superior. O Google  procura inclusive novos parceiros _ cursinhos, colégios e universidades que tenham conteúdo próprio ou interesse em transpor para o português o conteúdo das aulas em vídeo disponibilizados pelas universidades americanas no Youtube EDU, lá nos EUA, desde 2009.
A intenção do Google e da Fundação Lemann é contribuir para a disseminação do conhecimento, rompendo não só os limites da sala de aula, como de outras fronteiras físicas de tempo e espaço. Não há nenhum tipo de filtro quanto à didática usada. O único veto explícito é a conteúdos e posturas incorretas (piadas, por exemplo, são permitidas, desde de que prevaleça o bom senso).
"Cada um tem uma forma de ensinar e um jeito de aprender. O grande diferencial da plataforma é justamente possibilitar que as pessoas escolham o professor que melhor se adapta ao seu perfil", explica Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann. Motivo pelo qual, durante a avaliação, os 16 profissionais coordenados pelos professores Marcelo Knobel, da Unicamp, e João Luís de Almeida, do Poliedro, tiveram que criar uma metodologia própria de avaliação.
Um dos primeiros desafios da equipe de curadores, em agosto deste ano, quando teve início o trabalho, foi estabelecer parâmetros para avaliar uma "boa aula".  O que eles decidiram fazer foi criar um formulário padrão para avaliar aspectos da aula, começando pela correção do conteúdo abordado. Desse trabalho inicial, os curadores chegaram a uma lista de 15 critérios para definir uma boa aula em vídeo, que serão sistematizados pelo Youtube e a Fundação Lemann e disponibilizados para os professores que desejarem ingressar nesse mundo. Entre eles, estão o respeito do professor ao seu próprio estilo, um bom planejamento do conteúdo que se deseja passar e como, qualidade técnica apurada (som e imagem) e preocupação com o ambiente na hora da produção do vídeo.
"Cada vídeo assistido, seja de 10 ou de 30 minutos, leva mais de duas horas para ser avaliado", comenta Marcelo Knobel. Outros quatro mil vídeos já passaram pelo crivo dos curadores e esperam para serem disponibilizados na plataforma.
Um dos maiores objetivos perseguidos pelo Google e a Fundação Lemann é estimular mais e mais professores brasileiros a produzirem conteúdo educacional de qualidade e a usarem o alcance e o caráter democrático da Internet para levar boas aulas a estudantes de todas as idades, locais e classes sociais.
Qualquer professor pode encaminhar suas aulas em vídeo para avaliação da equipe de curadores. Para ser aprovado, precisa inicialmente ter regularidade na produção de conteúdo e dominar claramente o conteúdo abordado. A chancela é dada ao professor, dono do canal. Uma vez aprovado, ele terá novos vídeos publicados automaticamente, naquela disciplina. "É impossível curar aula a alua. E como o usuário é muito ágil em reportar erros através da própria ferramenta do Youtube, só vamos avaliar novamente o professor se ele decidir trabalhar com uma nova disciplina, diferente daquela avaliada anteriormente", explicou Mizne.
Também é intenção do Google que os conteúdos do YouTube EDU sejam usados por outros professores em sala de aula. Para ver como educadores estão incorporando vídeos em suas aulas, confira youtube.com/teachers. Lá os professores encontrarão centenas de listas de reprodução de ensino prontas para a sala de aula, a chance de apresentar suas próprias listas e as informações sobre como aproveitar o YouTube como recurso educativo.

(IDGNOW)

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