"Em vez de enviar soldados, enviem professores", sugere Malala Yousafzai

Um ano depois do lançamento da Iniciativa Global Educação em Primeiro Lugar, líderes mundiais e de grandes organizações, ativistas e representantes do setor privado se reuniram na quarta-feira, 25 de setembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York, e ressaltaram a necessidade de uma liderança forte e de financiamento para fornecer educação de qualidade a todas as crianças do mundo.

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Na ONU, paquistanesa Malala Yousafzai pede que governos deem mais atenção à educação de qualidade
Foto: Amanda Voisard/ONU

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que propôs a iniciativa, lembrou em uma mensagem de vídeo para o evento que, apesar das conquistas obtidas em um ano, metade das crianças que vivem em países em conflito não possuem acesso a educação.

Ele também observou que a ajuda financeira para a educação diminuiu pela primeira vez em uma década e enfatizou a necessidade de reverter essa situação, criar novas parcerias e chamar mais atenção para a necessidade da educação de qualidade.


Evasão escolar


A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova, esteve presente no encontro e assinalou que os números da educação estão “cambaleando”. Segundo ela, 57 milhões de crianças continuam fora da escola.

Além disso, a Unesco estima que 250 milhões de crianças sejam analfabetas devido à má qualidade da educação. As matrículas têm aumentado em muitos países, mas as taxas de abandono permanecem “inaceitavelmente altas”.
“Cortar investimentos em educação significa cortar o investimento mais poderoso que um país pode fazer”, afirmou Bokova. “Reduzir a ajuda à educação significa minar a sustentabilidade de todo o desenvolvimento”, acrescentou, reafirmando que os governos devem estreitar suas parcerias com organizações que visam ao desenvolvimento.

Mais educação, menos guerras

Também participou do evento Malala Yousafzai, a paquistanesa baleada por membros do regime Talibã por defender a educação para meninas. Ela pediu que os líderes mundiais se concentrem mais na educação do que nas guerras.
“Esta é a nossa demanda, o nosso pedido a todas as pessoas responsáveis, que em vez de enviar arma, em vez de enviar tanques para o Afeganistão, e todos estes países que estão sofrendo com o terrorismo, deveriam enviar livros. Em vez de enviar tanques, enviem canetas. Em vez de enviar soldados, enviem professores. Esta é a única maneira de podermos lutar pela educação”, afirmou a jovem ativista, que recentemente inaugurou a maior biblioteca pública da Europa.

(ECOD)


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