Zoo de insetos tem bicho-da-seda colorido e corrida de baratas em SP

Em uma sala grande e iluminada do prédio histórico do Instituto Biológico de São Paulo, a pesquisadora Harumi Hojo revira um pote de plástico cheio de terra em busca de seu xodó. Depois de um tanto mexer, ela tira da terra uma larva branca do tamanho de uma bola de golfe e diz entusiasmada “ela não é linda?”.


Apelidada de “gorda”, a larva criada por Harumi tem um ano e um mês e é de uma espécie de besouro originária da Mata Atlântica, usada como indicador de florestas bem preservadas e hoje quase extinta, o Megasoma gyas. Junto com ela, outros cerca de 100 insetos compõem a exposição permanente ‘Planeta Inseto’ – um verdadeiro zoológico desses pequenos seres que fica no museu do Instituto, na Zona Sul da capital paulista. No mês de abril, a mostra ganhou novas atrações: um besouro da espécie em extinção (o Dynastes hercules, capaz de levantar 850 vezes seu próprio peso, o que seria equivalente a um humano carregando 60 toneladas) e casulos coloridos do bicho da seda.

Os casulos são raros, e, segundo Harumi, “o controle da cor da linha no fio final é muito difícil, pois depende de muitos fatores, desde a alimentação das larvas, a produção de fio, o que altera a tonalidade final do produto. Os fios coloridos são produzidos por diferentes raças de Bombyx mori [o bicho da seda]. O que os diferencia é que no processo de digestão, eles incorporam mais carotenóides, o que dá a coloração dos fios.”

Corrida de baratas – Para chamar a atenção para a importância dos insetos, geralmente odiados pelos humanos mas que são metade dos seres vivos do planeta, os organizadores da mostra criaram uma corrida de baratas – com direito a cinco pistas, curvas e uma placa que indica ‘Baratódromo’.

Harumi explica que a ideia veio de uma feira em que foi montada uma corrida de baratas numa caixa de sapato. “Adaptamos e fizemos uma caixa de madeira com curvas e mais pistas. As crianças ficam malucas”, disse ela.

Um dos monitores do museu, Daniel Lima Santos, de 20 anos, explica que a tendência da barata é correr para o lado escuro. “Quando levantamos a alavanca e elas são expostas à luz, correm para o outro lado que é escuro”, diz o estudante de biologia, que está acostumado a manusear as competidoras diariamente. “No começo a gente tinha receio, mas depois se pega o jeito.”

O zoológico tem ainda outros atrativos para as crianças: um jogo para adivinhar o som de cada inseto e outro para acertar o nome deles.

Seda colorida e insetos veggie – O ‘Planeta Inseto’ existe desde o fim de 2010. Além de um formigueiro construído com tubos de plástico, há também no zoológico dez exemplares de Bicho-pau, dois da maior barata do mundo, a de Madagascar, e outros tantos de borboletas e mariposas mortas, de besouros menores e de joaninhas (que também são besouros!). A maioria deles, segundo Harumi, é vegetariana. “São tratados a frutas, legumes e ração.”

Apenas um milhão de espécies de insetos são conhecidas e catalogadas – há outras 7 milhões desconhecidas. Eles têm em comum quatro características principais: dois pares de asas, três pares de pernas, um par de antenas e o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome.

A exposição ‘Planeta Inseto’ funciona de terça a domingo, das 9h às 16. A entrada é gratuita.

 (Fonte: G1)

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