Universidade Federal de São Carlos (SP) cria nova variedade de alface

Site da Folha publica que um tipo híbrido de alface, desenvolvido por pesquisadores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) para combinar os atrativos das variedades crespa e americana. 


A ambição dos criadores da Brunela, que ganhou o nome em homenagem a uma confeitaria histórica de São Paulo famosa pelos doces sofisticados, é que a nova variedade conquiste fama de alface "gourmet", adequada para paladares sofisticados.

"Ela é excelente para a confecção de lanches, por exemplo, porque as folhas dela não queimam em contato com o hambúrguer, ao contrário do que ocorre com as alfaces que estão no mercado", explica o engenheiro agrônomo Fernando Cesar Sala, professor de horticultura no campus da UFSCar em Araras (168 km de São Paulo).

Sala e seus colegas chegaram à Brunela depois de cruzar duas variedades de alface, uma australiana, conhecida como "greenfrizzly", e outra nacional, conhecida como crocante.

Nesse tipo de trabalho, o pólen das flores de uma das variedades (sim, a alface produz flores) é lavado com água e colocado nas flores da outra variedade, produzindo, então, o híbrido.

CROCÂNCIA

O resultado é uma planta cujas folhas lembram mais as da alface crespa, hoje preferida pelo consumidor brasileiro, mas crocantes como as da alface americana, o que, para os pesquisadores, aumenta o valor gastronômico da verdura.

O segredo "é a espessura foliar [das folhas], mais grossa", explica Sala.

A variedade do vegetal também foi "projetada" para facilitar o processo de lavagem industrial das folhas, já que a tendência é as pessoas preferirem a alface pré-higienizada, de acordo com o engenheiro agrônomo.

"Mas, para que isso seja feito, é preciso uma folha grossa, porque são máquinas que fazem a lavagem e a centrifugação. Se a folha for fina, acaba murchando e quebrando", afirma Sala.

Antes do lançamento oficial, a Brunela já passou por um ano de testes comerciais em seis Estados do país, sendo vendida por parceiros da universidade.

SEMENTES

Segundo o pesquisador, a aceitação da variedade pelos consumidores tem sido boa.

Produtores rurais interessados no cultivo do novo tipo de alface podem obter as sementes sem custos no campus da UFSCar.

A produção de novas sementes será feita por empresas credenciadas, que pagarão royalties à universidade.

"A gente sugere que a comercialização seja feita com o nome da variedade, porque a ideia é termos uma marca forte de alface genuinamente brasileira", diz Sala.

Reinaldo José Lopes - Folha.com

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