Estudo manipula gene ligado ao Parkinson e prolonga vida de moscas

A manipulação de um gene ligado ao mal de Parkinson conseguiu prolongar em 25% a vida de moscas-das-frutas ou drosófilas, aponta um novo estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS), da Academia Americana de Ciências.


Segundo os autores, a descoberta poderá fornecer importantes informações sobre essa doença degenerativa do sistema nervoso central e o envelhecimento humano.

“O envelhecimento é um fator de risco importante para o desenvolvimento e a progressão de muitas enfermidades neurodegenerativas”, como também ocorre com o Alzheimer, explicou David Walker, professor de biologia e fisiologia na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), principal autor da pesquisa.

“Acreditamos que nossa descoberta lança luz sobre o mecanismo molecular ligado a esses dois processos”, disse.

O gene manipulado, chamado de “Parkin”, tem pelo menos duas funções vitais: detecta as proteínas danificadas para que sejam eliminadas antes que se tornem tóxicas, e desempenha um papel importante para a remoção de mitocôndrias danificadas – responsáveis pela geração de energia das células.

Os cientistas elevaram os níveis de Parkin nas moscas e verificaram que elas viveram mais 25% que o grupo de controle. Esses insetos têm uma longevidade inferior a dois meses, razão pela qual são muito estudados na genética, já que suas gerações seguintes se multiplicam rapidamente e podem ser comparadas.

“Apenas com o aumento do nível do gene Parkin, as moscas viveram significativamente mais, sem deixar de ser saudáveis, ativas e férteis”, destacou Anil Rana, outro pesquisador da equipe.

Entre os humanos, um tratamento para aumentar a atividade do Parkin poderia retardar a aparição e a progressão do Parkinson e de outras doenças relacionadas à idade, acreditam os pesquisadores.

A maioria das pessoas com Parkinson desenvolve a doença na idade adulta, mas algumas já nascem com uma mutação do gene Parkin e apresentam sintomas desde cedo.

“Nosso estudo poderá revelar que esse gene é um importante objetivo terapêutico para doenças neurodegenerativas e, possivelmente, para outras enfermidades ligadas ao envelhecimento”, destacou Walker.

 (Fonte: G1)

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