Modelagem mostrando a migração das células mesenquimais, encapsuladas nos cilindros, em resposta a sinais liberados pelas células endoteliais, cultivadas nos retângulos - o objetivo final é criar um tecido vivo totalmente funcional. [Imagem: George Eng/Columbia Engineering]
Órgãos artificiais
A forma tradicional de encarar esse desafio tem sido inserir as células em matrizes de sustentação - os chamados andaimes de suporte -, com resultados variados, mas ainda não definitivos.
Eng construiu blocos nos mais diversos formatos, permitindo imitar a enorme complexidade do desenvolvimento dos tecidos biológicos.
"O que é realmente importante sobre esta técnica é que esses formatos são minúsculos, apenas uma fração de milímetro, e que seu arranjo é feito de forma precisa usando hidrogéis, que são compatíveis com as células," disse Gordana Vunjak-Novakovic, coordenadora do estudo.
Guiando as células
As células dos tecido no corpo humano formam arquiteturas específicas que são críticas para a função de cada tecido.
As células cardíacas, por exemplo, estão alinhadas para criar a força máxima atuando em uma direção. Células sem uma organização espacial específica podem nunca tornar-se totalmente funcionais.
Para formar tecidos artificiais, portanto, é preciso ajudar as células cultivadas in vitro a se lembrarem de suas posições.
Cada bloco pode ser fabricado com o formato e a composição celular desejadas, sendo depois montados para formar o tecido completo.
A técnica de montagem é simples: uma mistura de vários tipos de formas é pipetada em um molde com um arranjo específico de depressões correspondentes a cada formato, e depois colocada em um agitador de laboratório por alguns minutos.
"Como cada bloco é ancorado independentemente dos outros, grandes tecidos podem ser organizados simultaneamente, em vez de fazer uma montagem sequencial, tipo tijolo por tijolo. Com este método, nós podemos projetar e criar tecidos melhores com vistas à substituição de órgãos," disse Eng.
O próximo passo da pesquisa é desenvolver circuitos vasculares funcionais entre os diversos blocos, de forma a prover alimento para todas as células no interior dos tecidos artificiais.
Inovação Tecnológica
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