Pesquisa
publicada no periódico científico “PLoS ONE” mostra que mosquitos Aedes
aegypti, após serem expostos uma primeira vez ao repelente do tipo DEET,
passaram a ignorá-lo algumas horas depois.
Os
pesquisadores expuseram os insetos da espécie, conhecida por transmitir a
dengue, a uma pequena dose do DEET, um repelente muito usado comercialmente,
inclusive no Brasil, e verificaram que, três horas depois, os animais não eram
mais repelidos pelos produto.
Uma
análise da atividade elétrica das antenas mostrou que há uma correlação entre a
exposição ao DEET e uma menor sensibilidade a essa substância nos neurônios dos
insetos responsáveis pelo olfato.
Os
pesquisadores explicaram que é algo similar ao que acontece no ser humano, que
também se acostuma a um cheiro forte após algum tempo. No entanto, como os
sistemas olfativos do homem e do Aedes aegypti são muito diferentes, o
mecanismo envolvido nesse processo é deve ser distinto.
“Isso
não significa que devemos parar de usar repelentes – pelo contrário, o DEET é
muito bom repelente, e ainda é recomendado para uso em áreas de alto risco.
Contudo, estamos analisando como os mosquitos podem contornar o repelente a as
formas pelas quais podemos combater isso”, diz James Logan, da Escola de
Higiene e Medicina Tropical de Londres, no Reino Unido, um dos autores da
pesquisa, segundo nota divulgada pela “PLoS ONE”.
Estudos
anteriores já haviam mostrado que insetos podem, individualmente, ser imunes ao
DEET, e isso tem uma base genética. No caso do efeito analisado neste estudo,
trata-se de um mecanismo de curto prazo, não de alguma alteração nos genes.
(Fonte: G1)
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