Mesmo nos filmes de ficção
científica, espaçonaves são dirigidas através de consoles. Nos filmes mais recentes, os
botões e joysticks foram substituídos por telas sensíveis ao toque, mas nada
que se separe muito do que seria possível hoje.
Cientistas da Universidade de
Essex e da NASA, contudo, acreditam que pode haver formas mais eficientes de
dirigir uma nave - por exemplo, controlá-las apenas pelo pensamento.
As interfaces neurais têm ocupado um espaço cada
vez maior nas pesquisas, até agora voltadas sobretudo para o controle depróteses robotizadas eexoesqueletos.
Os sensores menos invasivos,
capazes de ler os sinais cerebrais através de "capacetes sensoriais", podem ser úteis em uma
infinidade de tarefas, como controlar robôs industriais ou carros.
Esta é ideia da equipe do
professor Riccardo Poli, em conjunto com engenheiros do Laboratório de
Propulsão a Jato da NASA.
Unindo as mentes
Quando os pesquisadores tentaram
usar os capacetes sensoriais para controlar uma nave espacial, contudo, eles
tiveram uma surpresa.
A conclusão bastante clara é que,
quando se trata de pilotar uma espaçonave, então dois cérebros são melhores do
que um só.
Usando a tradicional técnica de
eletroencefalografia, os eletrodos do capacete capturam diferentes padrões nas
ondas cerebrais, dependendo do foco de atenção do usuário.
O candidato a piloto espacial
tinha que focar em um dos oito pontos direcionais ao redor do cursor, de forma
a levar a nave em segurança por um circuito virtual.
Os resultados deixaram a desejar,
mesmo depois do normalmente longo tempo de treinamento das interfaces neurais.
O professor Poli então teve uma
ideia: mesclar os sinais neurais de dois "pensadores", interpretando
os sinais depois que eles são fundidos, tudo em tempo real.
Tomada de decisão
O resultado foi muito mais
promissor, já que o sistema continua estável mesmo quando um dos pilotos tem
uma pequena interrupção na atenção.
A combinação de sinais também
permitiu reduzir outros ruídos que afetam a eletroencefalografia, como os
derivados dos batimentos cardíacos, respiração, engolir e atividade muscular.
"Quando você tira uma média
dos sinais neurais de duas pessoas, o ruído é cancelado em larga medida,"
disse o pesquisador.
O resultado é que dois cérebros
produzem uma trajetória mais precisa e mais estável para a espaçonave virtual.
O professor Poli afirma que o
próximo passo é desenvolver formas de mesclar os dois sinais em condições de
tomada de decisão.
Afinal, ninguém quer que a nave
choque-se frontalmente com um asteroide só porque um dos pilotos queria desviar
pela direita e outro pela esquerda.
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