Usuários de drogas também são responsáveis por impactos à natureza


Estudo comprova que maconha, por exemplo, é responsável por desmatamento, contribuição para desaparecimento de espécies e agravamento do efeito estufa.

Consumo de remédios e drogas ilícitas, como maconha, craque e ecstasy, podem trazer graves consequências não só para o indivíduo como para o meio ambiente.

Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) fizeram pesquisa para entender o efeito ambiental das drogas. Como resultado, verificou-se que a natureza entra não só como fonte das matérias-primas de elaboração, mas como sumidouro para as substâncias tóxicas já transformadas.

O relatório foi realizado para Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2012 que teve o tema "Sustentabilidade, Economia Verde e Erradicação da Pobreza". "Aprendemos que a prevenção do uso de drogas pode se tornar mais do que uma ferramenta de higiene e saúde, mas também de educação para o meio ambiente", relata Leonardo Moraes, estudante de Serviço Social e integrante da equipe.

De acordo com reportagem do site O Eco, o estudo apontou que uso de terra para a produção de tabaco, maconha e folha de coca, muitas vezes acontece às custas de desmatamento e perda de biodiversidade. Além disso, é comum que o cultivo dessas plantas necessite do uso de agrotóxicos.

Também foi assinalado impactos na atmosfera que acontecem durante queimadas de plantações inteiras de maconha e folhas de coca, que ocorrem antes da polícia chegar nas regiões de plantio. A poluição também pode ser gerada durante o processo de secagem das folhas de tabaco, feito em estufas que requerem a queima de madeira, nem sempre proveniente de reflorestamento.

Outro problema levantado foi o descarte inadequado engloba praticamente todas as drogas de origem química, com ênfase às bitucas de cigarro. O mal hábito de descartar bitucas no chão leva a contaminação pelos perigosos acetato de chumbo e nicotina, e outras cerca de 50 substâncias comprovadamente cancerígenas a rios e mares. Sem falar que ocorre ingestão das mesmas por parte dos mamíferos e a população acaba consumindo alimentos contaminados.

No Brasil, são consumidos cerca de 140 milhões de cigarros por ano.

Já os medicamentos lícitos, prescritos como algo positivo para o bem-estar humano, quando descartados no esgoto ou vaso sanitário podem afetar seriamente rios e peixes. Conforme os estudiosos, o ideal é que sejam levados a postos de saúde ou redes de farmácias com coletores adequados, como a Droga Raia.

Segundo matéria publicada pela National Geographic em 2011, bioprodutos da cocaína, por exemplo, foram encontrados em rios da Itália e Espanha, mesmo após suas águas terem passado por tratamento. De acordo com o estudo, não se podem descartar danos ao ser-humano causado por essas novas substâncias pouco pesquisadas. 

(AMDA)

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