Na savana aberta, o rugido de um leão viaja por quase 10 quilômetros, proclamando a extensão de seu território: se você pode ouvi-lo, afaste-se.
Acontece que a força do rugido não é apenas uma questão da capacidade do pulmão de sua majestade. Uma nova pesquisa mostra que leões e tigres têm cordas vocais pouco comuns que são ajustadas para produzir sons altos e ásperos mesmo sem muito esforço respiratório.
As cordas vocais consistem de duas membranas que vibram para produzir sons quando os músculos da laringe as aproximam. Na maioria das espécies que possuem voz (exceto as aves, que não possuem cordas vocais), as duas membranas são ligeiramente curvadas. Mas, nos grandes felinos, uma camada incomum de gordura dá uma forma de almofada achatada às membranas, que vibram mais facilmente.
”É um instrumento extremamente eficiente’’, disse Ingo R. Titze, biofísico e chefe do Centro Nacional de Voz e Fala da Universidade de Iowa, e autor do estudo, que foi publicado na revista PLoS One. ”Você não tem de se matar para fazer um som com ele.”
Para descobrir a física do rugido, Titze e seus colegas construíram, em computador, modelos digitais das cordas vocais de leões e tigres, com base em medições de amostras de tecido retiradas de animais de zoológico que haviam sido sacrificados por causa da idade avançada. Os modelos ajudaram a entender como diferentes intensidades de expiração fazem as cordas vibrarem.
Os pesquisadores descobriram que a camada de gordura não só ajuda a dar forma às cordas vocais, mas também as faz vibrar de forma errática, dotando o rugido daquela qualidade áspera e chamativa. E acontece que os bebês humanos também têm cordas vocais mais gordurosas, e Titze suspeita que isso pode tornar seu choro particularmente chamativo.
(Fonte: Portal iG)
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