Um improvável ato de “ginástica aeróbica” feito por um peixe pode dar pistas para pesquisadores de como os animais aquáticos passaram a viver na terra.
Cientistas descobriram que há pelo menos seis tipos diferentes de peixe que são capazes de se lançar no ar a partir de uma superfície sólida.
Uma equipe de pesquisadores que publicou detalhes sobre o experimento na revista especializada Journal of Experimental Zoology afirmou que os animais saltadores dão uma amostra do processo evolutivo que marcou a transição da vida na água para a terra. A cientista que comandou a pesquisa, Alice Gibb, da Northern Arizona University, ficou surpresa ao constatar que todas as espécies estudadas são capazes de saltar.
Isso sugere que, em vez de uma rara adaptação que se deu em algumas poucas espécies, a habilidade de saltar em terra é comum entre os peixes ósseos. Por isso, ela acredita que mais parentes aquáticos dos peixes ósseos podem ter migrado para a terra do que o que se pensava anteriormente. “Na minha visão, isso deve induzir a um novo estudo de fósseis”, afirmou Alice Gibb à BBC.
Saltador – A cientista e o grupo de analistas comandados por ela está se concentrando particularmente em peixes, já que eles estão tentando reconstituir como as espécies modernas evoluíram e como elas estão relacionadas.
O peixe anfíbio chamado Mangrove rivulus, que passa a maior parte do tempo na terra, inspirou o estudo. “Quando tentamos mover esses peixes dentro do laboratório, utilizando redes, eles pulavam da rede e saltavam de volta para o tanque”, recorda a pesquisadora.
Isso fez com que a cientista ficasse curiosa em saber se a habilidade de se lançar no ar era algo próprio à espécie que evoluiu a ponto de ela passar parte do tempo na terra. Ela e sua equipe estudaram seis espécies distantes de peixes, colocando-os em uma superfície plana e filmando-os com uma câmera de alta velocidade.
“Todos os animais que estudamos tinha a habilidade de pular”, afirma Alice Gibb. “Uma descoberta particularmente intrigante quando eles examinaram as filmagens foi que o peixe-mosquito (Gambusia affinis) e o peixe-zebra (Danio rerio) utilizam o mesmo tipo de técnica de ‘dobrar a cauda’ para realizar seus saltos impressionantes. O último ancestral em comum das duas espécies viveu há aproximadamente 150 milhões de anos, o que sugere que esse tipo de comportamento já ocorre desde pelo menos essa época.”
(Fonte: Portal Terra)
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