Estudante desenvolve método para despoluir rios contaminados com corantes

Alvos de polêmicas, é comum que empresas da indústria da moda sejam acusadas de agressão aos direitos humanos ou ao ambiente, seja pelo uso de peles ou em virtude dos produtos tóxicos despejados em rios e lagoas após serem utilizados no tratamento e tingimento das fibras dos tecidos.

Pensando nisso, a estudante de doutorado em Biotecnologia da Universidade Lund, na Suécia, Maria Jonstrup, criou um processo ambientalmente correto que é capaz de purificar a água contaminada por estes resíduos.

Tese de sua qualificação, o estudo saiu do papel e diversos experimentos foram realizados a cada novo avanço nas pesquisas da estudante. Amostras de água dos rios e estações de tratamento que recebiam o líquido contaminado pelas indústrias foram coletados e analisados diversas vezes, porém, só quando Maria realizou dois processos distintos de purificação, um químico e outro biológico, que os resultados mostraram-se animadores.

O momento mais significativo se dá através da etapa biológica, quando microorganismos são inseridos na água e quebram as moléculas dos pigmentos de tinturas.

Para confirmar que a água foi descontaminada, uma pequena quantidade de substâncias químicas, como o ferro e peróxido de hidrogênio, é adicionada e, combinada com luz UV, as estruturas mais resistentes são dissolvidas sem que haja agressões ao meio ambiente.

A iniciativa surgiu após uma viagem para a índia, em 2002. Na época, a estudante conheceu as fábricas locais e observou que a contaminação nos rios era constante e corriqueira. De volta ao país de origem, iniciou o projeto que contou com financiamento da Agência Internacional de Desenvolvimento Cooperativo da Suécia. O próximo passo, planejado em longo prazo, é usar a técnica para despoluir afluentes localizados na Índia e na China.

(Ecod)

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