Exemplo da vulnerabilidade da fauna de Galápagos, George Solitário viu todas as tartarugas próximas morrerem por causa da invasão de cabras. Acabou sozinho.
Os cientistas tentam, agora, fazer com que ele se reproduza, mas George não está colaborando para evitar a extinção da subespécie Geochelone nigra abingdoni.
Tentativas de fazê-lo fecundar tartarugas de subespécies geneticamente parecidas fracassaram. Agora, os cientistas estão tentando convencê-lo a ter filhos novamente. Ele foi apresentado a mais duas “esposas” no Parque Nacional de Galápagos, na ilha de Santa Cruz, onde vive atualmente.
As duas chegaram ao parque há menos de um mês. Elas pertencem à subespécie Geochelone nigra hoodensis, semelhante geneticamente à de George.
George Solitário foi encontrado em 1971, na ilha de Pinta, e adotado no ano seguinte pela Fundação Charles Darwin, que visa à preservação ambiental no arquipélago.
Ele está no “Guinness”, o famoso livro dos recordes, como o réptil mais raro e mais ameaçado do planeta.
Hoje, sabe-se que ao menos três subespécies do animal foram extintas, restando 11 nas ilhas. As cabras levadas pelo homem à ilha de Pinta aceleraram a desertificação e eliminaram boa parte da vegetação, principal fonte de alimento dos velhos companheiros de George.
Em 1993, não tendo encontrado outro animal da mesma subespécie que George, os cientistas optaram por “casá-lo” com duas fêmeas da subespécie Geochelone nigra becki, a mais geneticamente semelhante possível, mas ele não se interessou pelas pretendentes. Espera-se que seja diferente com as novas companheiras.
A idade de George ainda é um mistério, mas ela é estimada em mais de 90 anos.
Parece bastante, mas uma tartaruga de Galápagos costuma viver entre 150 e 200 anos. Por isso, apesar dos resultados desfavoráveis até o momento, ainda há algumas décadas de esperança para George Solitário.
Se, ainda assim, George não se empolgar, inseminação artificial e clonagem são possibilidades para o futuro.
Genética – Em 2007, foi encontrado, na ilha de Isabela, um exemplar de tartaruga de Galápagos com cerca de 50% dos genes das tartarugas de Pinta, o que deu esperanças de ainda haver outras como George.
Por isso, foi criado um projeto para coleta de amostras de sangue do maior número possível de tartarugas na ilha para posterior análise genética e comparação a George e a espécies já extintas.
Os pesquisadores já retornaram, mas a análise ainda não foi concluída.
Fonte: Folha.com)
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