O programa Reescrevendo o Futuro busca reduzir a menos de 4% o índice de analfabetismo do estado/Foto: MMMarcelo2008
O índice de analfabetismo do estado do Amazonas obteve uma redução de 15% para 5% nos últimos sete anos. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados em dezembro de 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estatística supera a média nacional, que é de 7%.
"Ainda temos muito que trabalhar, pois traçamos metas para chegar a menos que 4%", destaca a coordenadora do Programa de Letramento Reescrevendo o Futuro, Nazaré Correa, enquanto compara o Amazonas com o Amapá, que possui apenas 1,5% da população analfabeta.
Implantado no Amazonas em 2003, o programa é uma das iniciativas ativas no estado para atender populações localizadas em difícil acesso, como áreas rurais e aldeias indígenas. O Reescrevendo o Futuro é desenvolvido em parceria entre a Secretaria Estadual de Educação, a Universidade do Estado do Amazonas, o Ministério da Educação (por meio do Programa Brasil Alfabetizado) e prefeituras municipais.
Com aulas diurnas aos sábados, em horário integral, o programa paga bolsas aos alunos, oferece duas refeições diárias e dois alfabetizadores em cada sala de aula. O principal critério para a seleção de alfabetizadores é que sejam estudantes de pedagogia da Universidade Federal do Amazonas, além de professores e educadores populares.
Inserção na educação
Segundo Nazaré, apesar dos bons resultados obtidos, o programa também enfrenta desafios. Entre eles a alfabetização em língua materna, uma vez que o Amazonas registra aproximadamente 64 grupos étnicos falantes de cerca de 30 línguas. "Já foram atendidos cerca de 18 mil indígenas de 36 diferentes etnias, em 23 municípios", esclarece. Outro desafio é a continuidade dos estudos na mesma proporção dos ingressos na alfabetização.
Difícil acesso
As longas distâncias fazem com que os instrutores utilizem aviões na maioria das vezes, inclusive fretados onde não há linha convencional. Os barcos também são muito usados e, raríssimas vezes, utiliza-se de ônibus, pois apenas cinco municípios são ligados por rodovias no Amazonas.
"Antes do deslocamento, os representantes locais se articulam para confirmar a presença dos alfabetizadores do campo, da floresta ou mesmo das águas", explica Narazé. É a maneira de garantir uma presença de 80% a 97% dos professores.
Com informações do Portal ODM
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