Pequena empresa reaproveita casca de coco verde e gera renda em Goiás

O sócio-proprietário da Usifibras, Frederico Marques, destacou a sustentabilidade do negócio/Foto: Silvio Simões/ASN

Instalada há dois anos em Aparecida de Goiânia (GO), uma pequena indústria de beneficiamento da casca de coco verde processa a matéria-prima e a transforma em diversos produtos, como vasos, placas, estacas, mantas e substrato para plantas, segundo informações da Agência Sebrae de Notícias (ASN).

udo começou com uma viagem de férias que os empresários goianos Raimundo Nonato Porto Rodrigues e Frederico Marques Rodrigues fizeram ao Nordeste brasileiro em 2008. Na ocasião, eles conheceram no Ceará uma empresa de beneficiamento da casca de coco verde, que funcionava com apoio da Embrapa Agroindústria Tropical. A partir de então, ambos decidiram empreender uma indústria semelhante em Goiás.

O próximo passo foi levantar recursos financeiros para executar o projeto. Nascia então a Usifibras, que emprega atualmente dez trabalhadores, responsáveis pela operação das máquinas que processam a matéria-prima. Em relação ao reaproveitamento, além dos vasos, placas e estacas (conhecidos como xaxim), destacam-se as mantas prensadas de fibra, utilizadas como decoração em jardinagem e paisagismo ou para proteção de encostas, e o substrato para plantas, produzido a partir do pó liberado pela fibra e utilizado como adubo.

Linha EcoJardim, da Usifibras, traz vasos feitos a partir da fibra de coco/Foto: Divulgação

Sócio-proprietário da Usifibras, Frederico Marques destacou à ASN que o reaproveitamento do coco é, acima de tudo, uma prática ambientalmente sustentável, pois evita que milhares de cascas sejam descartadas no lixo, sobrecarregando lixões e aterros sanitários. “Hoje, a indústria processa cerca de sete mil cascas de coco por dia, 14% do consumo de Goiânia, que é de 50 mil. Por ser a única empresa do ramo, no Centro-Oeste, nosso objetivo é de aumentar a produção e, em curto prazo, reaproveitar pelo menos 50% do consumo da capital goiana."

Tanto os vasos de fibra de coco como o substrato para plantas podem ser adquiridos em algumas floriculturas e supermercados de Goiânia por um valor médio de R$ 15. “O substrato é bastante utilizado em gramados e campos de futebol, geralmente em grandes quantidades. Por isso, a venda também pode ser feita em maiores volumes, diretamente para a empresa”, explicou Frederico Marques.

Apoio

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), por meio da unidade Agroindústria Tropical, situada no Ceará, estuda o aproveitamento da casca de coco verde e a importância desta prática ambientalmente sustentável. O maquinário utilizado no processo também foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Embrapa, da unidade Informação Tecnológica, em parceira com a iniciativa privada. A estrutura básica consiste de uma máquina trituradora da casca do coco, uma prensa rotativa, que retira o líquido, e uma máquina classificadora, responsável pela separação entre pó e fibra.

Para que o reaproveitamento se tornasse uma prática mais comum, além de contribuir com o meio ambiente, a instituição desenvolveu um projeto que incentiva empreendedores a investir nessa ideia, por meio de apoio para criação de uma indústria de processamento de cascas de coco. Os interessados devem procurar a Embrapa Agroindústria Tropical e se informar sobre o projeto.

O Dia Nacional da Pequena Empresa é comemorado nesta terça-feira, 5 de outubro. Segundo o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, os negócios de pequeno porte deixaram de ser atores secndários e ocuparam o centro da agenda nacional. “Em todas as esferas de governo, essas empresas são indutoras do crescimento socioeconômico e do desenvolvimento brasileiro", ressaltou.

As micro e pequenas empresas são responsáveis por mais de 54% dos empregos formais, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e respondem por mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Mais de 2,1 mil municípios já regulamentaram a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o que segundo o Sebrae cria um ambiente melhor para o empreendedorismo no Brasil e proporciona um consistente mecanismo de desenvolvimento local. Além dos benefícios tributários, a legislação viabilizou a liberação mais rápida de crédito, acesso a tecnologia, exportação, vendas para o governo, abertura de empresas e formalidade.

Ecod