Alternativa para radioisótopo

Brasil participa de projeto para produção de molibdênio-99

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou a participação do Brasil no Projeto de Pesquisa Coordenado (CRP) para o desenvolvimento de técnicas para produção de molibdênio-99, utilizando urânio-235 de baixo enriquecimento por fissão neutrônica.

O projeto é coordenado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) por meio da Diretoria de Radiofarmácia, com previsão de conclusão no final de 2010. A ação faz parte da estrutura do projeto para construção do Reator Multipropósito Brasileiro.

O Ipen é uma autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo e gerenciada técnica, administrativa e financeiramente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), do Ministério de Ciência e Tecnologia.

Vários grupos de pesquisadores do Ipen participam diretamente do projeto. Segundo o instituto, o molibdênio-99 é a matéria-prima para a produção de geradores de tecnécio-99m, radiofármaco utilizado em cerca de 80% dos exames para diagnóstico médico. Desde maio de 2009 tem ocorrido uma crise internacional no fornecimento do radioisótopo produzido em reatores nucleares, prejudicando pacientes.

No projeto da AIEA, a tecnologia a ser desenvolvida é a de dissolução ácida, que utiliza alvos de urânio metálico e gera menor volume de rejeitos sólidos e líquidos. O Chile é o primeiro país participante do CRP que utilizará essa tecnologia em larga escala.

O urânio-235 de baixo enriquecimento (abaixo de 20%) é fissionado, gerando vários isótopos, entre eles o molibdênio-99 e o iodo-131, também utilizado em medicina nuclear. Argentina, Canadá, África do Sul e demais países produtores de molibdênio-99 utilizam a técnica da dissolução básica, dissolvendo o urânio irradiado com uma base.

O Ipen retoma essa linha de desenvolvimento pesquisada no passado, utilizando miniplacas elaboradas pelo seu Centro de Combustíveis Nucleares. As miniplacas contendo o urânio-235 foram produzidas no centro e passarão, ainda não irradiadas, por experimentos de dissolução e simulações do restante do processo de separação e purificação do molibdênio-99.

(Agência Fapesp)

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