Uma ampla rede de vulcões submarinos bombeando água rica em nutrientes para o oceano Meridional exerce um importante papel na absorção de grandes quantidades de dióxido de carbono, funcionando assim como um freio para a mudança climática, segundo cientistas australianos e franceses.
Eles demonstraram pela primeira vez que os vulcões são uma importante origem do ferro que o fitoplâncton (plantas unicelulares) usa como alimento, absorvendo o CO2 nesse processo.
Os oceanos absorvem cerca de um quarto do CO2 resultante da queima humana de combustíveis fósseis e do desmatamento. O trecho de oceano entre Austrália e Antártida esta entre as maiores "fossas de carbono".
O fitoplâncton é a base da cadeia alimentar do oceano. Quando esses organismos morrem ou são comidos, levam consigo grandes quantidades de carbono, que acabam absorvidas pelo leito marinho, armazenando o carbono durante séculos.
Vários estudos já mostraram que os vulcões submarinos liberam ferro, "mas nenhum estudo levou em conta isso em um nível global nem considerou sua importância para o armazenamento de carbono no oceano Meridional", disse à Reuters Andrew Bowie, do Centro de Pesquisa Cooperativa sobre o Clima e os Ecossistemas Antárticos, na Tasmânia, um dos autores do estudo.
Os vulcões estão espalhados ao longo de cordilheiras marítimas que marcam o limite entre grandes placas tectônicas. O estudo se baseou em medições de quanto ferro existe no oceano Meridional a profundidades de até 4.000 metros.
O estudo foi publicado na edição mais recente da Nature Geoscience.
O oceano Meridional em geral é pobre em ferro, o que dificulta o crescimento do microplâncton. Os cientistas já sabiam que o ferro pode ser soprado pelo vento ou ser originário de sedimentos litorâneos, mas essas são fontes variáveis.
Já o ferro dos vulcões profundos, segundo o estudo, é relativamente constante e responde por 5 a 15 por cento do armazenamento de carbono no oceano Meridional, chegando em algumas regiões a 30 por cento.
Isso significa que os nutrientes do vulcão podem servir de anteparo quando outras fontes, como a poeira trazida pelo vento, variam.
(Fonte: G1)
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