A equipe que fez a descoberta, saída de amostras coletadas na República dos Camarões, revelou dois novos parasitas do grupo do Plasmodium falciparum, parasita causador da doença: um risco para a emergência de novos tipos de malária humana.
A importância do trabalho está em reafirmar o potencial de surgimento de novas epidemias vindas de populações selvagens de animais, como foi o caso, por exemplo, da Aids.
O estudo, assinado por cientistas de EUA, França, Gabão e Camarões, está na edição da "PNAS" e foi liderado por Francisco Ayala, da Universidade da Califórnia em Irvine.
Até recentemente, acreditava-se que o único "parente" próximo do P. falciparum fosse um parasita de chimpanzés, o P. reichenowi.
Transmissão - Mas no ano passado foi encontrado um plasmódio desconhecido em chimpanzés mantidos como animais domésticos em um local remoto do Gabão, batizado P. gaboni, e novas amostras coletadas na Costa do Marfim e em Camarões permitiram concluir que todas as variadas linhagens do parasita humano se originaram do P. reichenowi e passaram ao homem via chimpanzé.
O novo estudo examinou fezes de 125 chimpanzés e 84 gorilas de populações selvagens, e achou DNA de plasmódio em 22 dos chimpanzés e 18 dos gorilas.
As duas espécies novas do parasita, ainda sem nome, estavam em gorilas. A descoberta da variedade de plasmódios em vários países - e em diferentes subespécies de chimpanzés e gorilas - mostrou a fragilidade das barreiras à transmissão entre espécies diferentes.
"O contínuo e crescente contato entre humanos e populações de primatas, principalmente por conta de desmatamento e de atividade madeireira, aumentam a possibilidade de transmissão de novos patógenos", escrevem os cientistas.
(Fonte: Folha Online)
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