Cientistas identificam genética que determina sucesso na terapia contra câncer
Cientistas estão desenvolvendo um teste genético capaz de apontar, entre os pacientes com câncer, quais responderão bem a determinados tratamentos e quais não apresentarão melhora alguma. O exame ajudará médicos a receitarem os remédios apenas aos que têm chances reais de se beneficiarem em vez de submeter todos os pacientes às drogas - e a seus efeitos colaterais - sabendo que apenas uma parcela deles responderá positivamente ao tratamento.
Identificar os pacientes que respondem ou não a medicamentos é um dos avanços mais importantes na medicina. O tratamento personalizado, com base na análise do DNA de uma pessoa, é visto como uma das maiores conquistas a partir da decodificação do genoma humano. Os autores começaram analisando 829 genes de células cancerosas de mama e, ao fim, conseguiram identificar os seis genes diretamente responsáveis pelo sucesso de uma terapia comumente usada no tratamento desse tipo de câncer.
Se qualquer um dos seis genes apresenta alterações, o remédio testado não funciona e as células do tumor continuam a se dividir de forma descontrolada. Cerca de 15% das 45 mil mulheres diagnosticadas com câncer de mama a cada ano na Grã-Bretanha tomam a droga paclitaxel, usada no estudo. Mas uma proporção significativa não reage ao tratamento e isto só é observado quando a paciente já usa a droga há algum tempo.
Muitas drogas, em todos os ramos da medicina, são prescritas por médicos cientes de que elas só farão efeito numa determinada parcela da população, por causa de diferenças genéticas entre os indivíduos.
Acredita-se, por isso, que o novo teste será capaz de mostrar os pacientes com defeito em um dos seis genes, e, assim, eles serão poupados de tomar a droga, que pode causar efeitos colaterais graves, incluindo supressão imunológica e náuseas.
Teste clínico disponível em cinco anos
Embora a pesquisa tenha sido realizada apenas em células cancerosas humanas em crescimento em tubos de ensaio, os cientistas acreditam que os resultados poderão ser usados para desenvolver rapidamente um teste clínico.
E este exame seria indicado, em cinco a sete anos, a pacientes com câncer de mama.
- Um dos maiores desafios na oncologia é determinar quais pacientes podem se beneficiar de tratamentos específicos de quimioterapia, que são muito tóxicos e que provocam sérios efeitos adversos. Espera-se que essa pesquisa seja um passo para a evolução mais rápida da medicina personalizada - diz Charles Swanton, chefe da terapia de câncer do Instituto de Pesquisa de Câncer no Reino Unido.
Ele afirma que agora é possível reconhecer os genes que evitam que as células cancerosas sejam destruídas pelos medicamentos, e analisar esses mesmos genes para predizer quais pacientes vão se beneficiar.
- Precisamos descobrir se esse método poderá ser aplicado a outros fármacos usados em controle de câncer. Isso poderá incluir tratamentos que implicam um alto custo para o Serviço Nacional de Saúde - comenta Swanton.
Outros pesquisadores afirmam que a personalização dos fármacos contra tumores em cada paciente vai melhorar a sobrevivência a longo prazo. O câncer de mama é o tipo tumor mais comum em mulheres de vários países. O paclitaxel também é aprovado para cânceres de ovários, pulmão e sarcoma de Kaposi. Com a nova pesquisa, cientistas acreditam que poderiam evitar receitar esse remédio em quase metade das mulheres que atualmente o utilizam.
(Steve Connor, The Independent)
Cientistas estão desenvolvendo um teste genético capaz de apontar, entre os pacientes com câncer, quais responderão bem a determinados tratamentos e quais não apresentarão melhora alguma. O exame ajudará médicos a receitarem os remédios apenas aos que têm chances reais de se beneficiarem em vez de submeter todos os pacientes às drogas - e a seus efeitos colaterais - sabendo que apenas uma parcela deles responderá positivamente ao tratamento.
Identificar os pacientes que respondem ou não a medicamentos é um dos avanços mais importantes na medicina. O tratamento personalizado, com base na análise do DNA de uma pessoa, é visto como uma das maiores conquistas a partir da decodificação do genoma humano. Os autores começaram analisando 829 genes de células cancerosas de mama e, ao fim, conseguiram identificar os seis genes diretamente responsáveis pelo sucesso de uma terapia comumente usada no tratamento desse tipo de câncer.
Se qualquer um dos seis genes apresenta alterações, o remédio testado não funciona e as células do tumor continuam a se dividir de forma descontrolada. Cerca de 15% das 45 mil mulheres diagnosticadas com câncer de mama a cada ano na Grã-Bretanha tomam a droga paclitaxel, usada no estudo. Mas uma proporção significativa não reage ao tratamento e isto só é observado quando a paciente já usa a droga há algum tempo.
Muitas drogas, em todos os ramos da medicina, são prescritas por médicos cientes de que elas só farão efeito numa determinada parcela da população, por causa de diferenças genéticas entre os indivíduos.
Acredita-se, por isso, que o novo teste será capaz de mostrar os pacientes com defeito em um dos seis genes, e, assim, eles serão poupados de tomar a droga, que pode causar efeitos colaterais graves, incluindo supressão imunológica e náuseas.
Teste clínico disponível em cinco anos
Embora a pesquisa tenha sido realizada apenas em células cancerosas humanas em crescimento em tubos de ensaio, os cientistas acreditam que os resultados poderão ser usados para desenvolver rapidamente um teste clínico.
E este exame seria indicado, em cinco a sete anos, a pacientes com câncer de mama.
- Um dos maiores desafios na oncologia é determinar quais pacientes podem se beneficiar de tratamentos específicos de quimioterapia, que são muito tóxicos e que provocam sérios efeitos adversos. Espera-se que essa pesquisa seja um passo para a evolução mais rápida da medicina personalizada - diz Charles Swanton, chefe da terapia de câncer do Instituto de Pesquisa de Câncer no Reino Unido.
Ele afirma que agora é possível reconhecer os genes que evitam que as células cancerosas sejam destruídas pelos medicamentos, e analisar esses mesmos genes para predizer quais pacientes vão se beneficiar.
- Precisamos descobrir se esse método poderá ser aplicado a outros fármacos usados em controle de câncer. Isso poderá incluir tratamentos que implicam um alto custo para o Serviço Nacional de Saúde - comenta Swanton.
Outros pesquisadores afirmam que a personalização dos fármacos contra tumores em cada paciente vai melhorar a sobrevivência a longo prazo. O câncer de mama é o tipo tumor mais comum em mulheres de vários países. O paclitaxel também é aprovado para cânceres de ovários, pulmão e sarcoma de Kaposi. Com a nova pesquisa, cientistas acreditam que poderiam evitar receitar esse remédio em quase metade das mulheres que atualmente o utilizam.
(Steve Connor, The Independent)
(O Globo, 2/3)
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